Liquidações – barato de verdade?

Por Sérgio Luiz Scarpato

Os preços de etiqueta da maior parte das mercadorias são inflacionados, todos sabem disso. Estes valores são o máximo que o comércio deseja faturar com aquela mercadoria, e todo o comprador deveria saber aquilo que todo comerciante sabe: não se vende o estoque todo por esse preço, apenas uma parte dele. O resto deixará as prateleiras por meio de promoções e liquidações, e isso é basicamente uma boa notícia para o consumidor consciente, que quer sempre comprar respeitando ao máximo o seu dinheiro.

Num passado bem distante, coisa de uns 100 anos atrás, a dinâmica das vendas no varejo era outra, uma mercadoria tinha seu preço certo, e tudo se vendia nas lojas pelo preço certo, nem mais, nem menos. Então as coisas foram evoluindo e algum comerciante descobriu lá atrás que, se ele inflacionasse exageradamente os preços no lançamento, venderia pelo menos uma parte de cada lote com maior margem pelo preço de etiqueta, abastecendo primeiro os compradores mais apressados, para depois fazer negócio com os mais conscientes. Afinal, logo em seguida ao lançamento, bastaria aplicar grandes descontos, fazendo os produtos voltarem ao seu preço certo, o que lhe permitiria vender o restante das mercadorias em estoque por um valor justo. Outro lance é que mesmo anunciando promoções e liquidações, nem todos os produtos precisam ter seus preços reduzidos, basta selecionar alguns itens que são chamados de produtos chamariz.

Assim, é só montar uma forte campanha de marketing dando ênfase a esses produtos “apetitosos”, para trazer público em grande quantidade às lojas. Em meio ao alvoroço dos compradores, a mente do consumidor fica contagiada pelo efeito manada e acabamos comprando e comprando de tudo, mesmo o que não está com preços atrativos. Fazemos isso simplesmente porque estão todos comprando… e aproveitando…

O efeito manada das superpromoções e liquidações pode levar você a gastar muito e gastar mal!