Coluna Estância Velha
O adeus à história
Estância Velha perdeu Paulo Garlipp Filho. O emancipacionista, um dos “cabeças pensantes” do processo que separou a cidade de São Leopoldo há quase 60 anos. Com seu falecimento, a cidade tem ainda dois dos responsáveis pela emancipação ainda vivos. A história da cidade, ainda que intacta em livros e documentos, vai deixando as ruas e os órgãos públicos. O motivo? Homens e mulheres responsáveis por dar ao município o status que hoje ele tem. A história não está apenas nas páginas dos livros e nas folhas dos documentos, a história está na memória das pessoas que a viveram e quando essas pessoas vão embora, uma parte dela vai também, aquela parte que não foi escrita, aquela que não foi registrada. A parte que foi vivida, por cada uma dessas pessoas e essa é uma perda irreparável, irrecuperável. A perda de um homem é a perda de – pelo menos – uma parte de um passado também. E algumas coisas não são fáceis de repôr.
FALANDO NISSO
Quando conversei com o vereador Saci, para falarmos um pouco sobre o falecimento do Seu Paulo, ele me falou uma frase que me deixou, digamos, marcado. Saci comentou que “precisamos viver um pouco do passado, para vivermos o presente”. Não existe, hoje, na minha mente, uma frase mais interessante e real quanto essa. Vivemos em tempos complicados onde a história é questionada por muitos. Temos assuntos sendo, novamente, trazidos à tona, assuntos que pensamos já ter enterrado há décadas. Viver o passado é um ótimo exercício para entendermos como chegamos onde estamos. Viver o passado é uma forma prática e inteligente de impedir que erremos novamente – nem sempre funciona, de fato, mas já ajuda. A história, nossa história, mostra nossos principais erros como humanidade, não repeti-los é, no mínimo, uma questão de bom senso para com aqueles que vieram antes de nós. Precisamos, sim, viver um pouco do passado, mas não podemos deixar que o passado volte à tona. Este é o presente e, a partir daqui, é que construímos o futuro. Com nossas escolhas.
SAÚDE
Estância Velha é referência em obstetrícia na região. O Hospital Getúlio Vargas é o local onde nascem os bebês não só da cidade, como também de Presidente Lucena, Ivoti, Lindolfo Collor e São José do Hortêncio. Uma reunião acontece hoje com o intuito de falar sobre os valores gastos pelo município com esses procedimentos. Não vou me ater ao fato de que os municípios vizinhos não chegam a repassar nenhum valor para cá, mas sim, ao Estado. R$ 48 mil, em 300 mil mensais? Temos um longo caminho a percorrer para sermos um Estado grandioso novamente. O Rio Grande do Sul já foi mais preocupado com a saúde, mas hoje não parece que se importa. Seja Sartori, Tarso, Yeda, Germano. Foram muitos os que passaram ou estão aqui. Não importa o partido, a única coisa que importa, que realmente deveria ser prioridade, é o ser humano e o cuidado com ele. Ainda temos muito a percorrer, depois, as coisas mais supérfluas podem ter atenção.