Panela de Pressão – 23/04/2024

Raul Petry

LEITE

Não estou me referindo ao leite nosso de cada dia, mas ao governador Eduardo Leite, que continua insistindo em aumentar o ICMS sobre produtos da cesta básica. No final das contas ele adiou o aumento do imposto por algumas semanas. Na Europa onde se encontram, o presidente da Fiergs, Henrique Petry, sugeriu para o governador o adiamento do aumento do imposto. Leite insistiu que tinha que ser agora. Henrique Petry lembrou que, com a entrada da safra de grãos que será recorde este ano, os cofres do Estado serão recheados de mais dinheiro, talvez não precisando o aumento, e Leite novamente balançou a cabeça negativamente. O governador disse que, mesmo com o aumento da arrecadação, o aumento do ICMS será necessário.

FOLHA

O que ele quer é continuar pagando a folha em dia, pois garganteou na época da Covid que ele foi o primeiro governador que estava pagando o salário em dia depois de muitos anos de atrasos. Na verdade, ele deu um golpe. Pegou o dinheiro que a União mandou para os Estados enfrentar a Covid, e no dia seguinte colocou a folha em dia. Vale lembrar que durante a Covid só o poder público ganhou. Até os municípios saíram no lucro, pois tiveram menos despesa e a arrecadação não caiu. O quadro continua até hoje. A arrecadação só aumenta e Leite quer mais dinheiro em caixa, não importando se vai doer no bolso de quem pagará mais impostos. Quando se aumentam impostos sobre produtos, é o pobre que sente mais o golpe porque paga o mesmo percentual do que o rico.

RICO E POBRE

Mal comparando, imaginem entrar num supermercado uma pessoa humilde, que tem o dinheiro contadinho no bolso, e outra pessoa, a mais rica da cidade, com um patrimônio de milhões. Os dois precisam comprar comida e se dirigem para o mesmo local. Compram feijão e arroz, azeite e carne. O rico e o pobre precisam comer. Portanto, compram comida. Quando chegam no caixa, os dois pagam a conta e na nota constam os produtos comprados. Logo abaixo + 17% de ICMS. Ambos pagam o mesmo imposto. O ICMS é o mais injusto que existe. Ele recai sobre todos, não importando a renda. O pobre atravessa a rua e pega o ônibus. O rico embarca na sua caminhonete de 300 mil reais.

DIMINUI

Porque Leite não se esforça para diminuir a despesa em vez de botar no nosso. Milhões são despejados todos os dias na lata do lixo. Leite podia dispensar 80% dos servidores públicos que ninguém sentiria falta. Em vez de fazer o dever de casa, que não é fácil, num país onde os servidores públicos aprisionam a população como se fossem seus escravos, pois seus chefes, os políticos, não demitem ninguém, pelo contrário, só contratam, prefere-se sempre aumentar os impostos. Até quando?