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Caso Bruna: morte da estanciense completa 6 meses e família ainda espera por Justiça
A morte da cabeleireira Bruna Marcela Bonifácio completou seis meses na terça-feira (11). Além de toda a dor causada pela perda precoce, a estrutura familiar foi readequada para conviver com a ausência.
Bruna lutou por mais de dois anos contra fortes dores nas costas, próximo à linha da cintura, que tardiamente foram descobertas como sintomas de um câncer que, poucos dias depois de ser descoberto, levou a estanciense a óbito no dia 11 de fevereiro, aos 29 anos de idade, deixando dois filhos pequenos.
De acordo com a família, a triste história poderia ter sido evitada, caso ela tivesse recebido tratamento médico adequado. O caso foi denunciado como negligência do sistema de saúde de Estância Velha, que tratava como problema psiquiátrico as dores sentidas por Bruna, enquanto um tumor se espalhava dentro de seu corpo.
Como forma de demonstrar todo o carinho, recentemente, os familiares conseguiram colocar uma lápide personalizada em sua memória, no túmulo em que Bruna foi enterrada. A irmã, Daiane Bonifácio, contou que o período tem sido doloroso. “Para nós está sendo muito difícil, porque foi uma coisa inexplicável e repercutiu muito durante esses seis meses. Tudo o que aconteceu com ela foi muito sofrido para a nossa família”.
Atenção com as crianças
O principal desafio dos familiares foi a reestruturação necessária para que os filhos de Bruna, que são de diferentes pais, fossem assistidos. O mais jovem, de 6 anos, passou a morar com o pai, enquanto o mais velho, de 10, vive com a mãe e as irmãs da cabeleireira, mas também tem se mantido próximo à família paterna.
Apesar de terem sido separados, os dois continuam tendo uma estreita relação. “Infelizmente a minha mãe não tinha condições de ficar com a guarda dos dois, mas o pai do mais novo tem dado muito apoio ao maior, mesmo não sendo filho, e dado oportunidades para que eles mantenham contato”, relata Daiane.
Com a morte da estanciense, a irmã Michele tem ocupado a lacuna deixada pela falta da mãe na vida do mais velho. Ele recebeu um quarto na casa de Celeste, sua avó e mãe de Bruna, mas passa a maior parte do tempo com as tias. Um casal de primos também tem tido papel fundamental para auxiliar na criação do menino.
Apesar de todo o amor, cuidado e carinho que tem recebido, a ausência da mãe não tem sido fácil. “Ele recebe muita atenção de todos, mas quando está sozinho ele chora de saudades”, conta Daiane.
Em meio às adequações que a família precisou fazer, o sentimento de indignação continua vivo. O entendimento é de que o fim trágico poderia ter sido evitado, caso a cabeleireira tivesse recebido a devida atenção dos profissionais do Hospital Getúlio Vargas.
Daiane destacou que perdoa as pessoas envolvidas, mas disse ainda sentir raiva pelo tratamento dado à irmã. “A única coisa que eu quero e não vou desistir é que a Justiça seja feita. Por toda a dor que ela sentiu e pelas crianças. O câncer estraçalhou ela por dentro, se tivesse sido diagnosticado logo, ela ainda poderia estar viva”.
A família chegou a registrar um boletim de ocorrências na Delegacia, uma semana depois do falecimento de Bruna. Desde então o caso está sendo investigado pelo delegado Marcelo Kaner Teixeira Nunes.
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