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Delegado Camilo deixa Nova Petrópolis após 11 anos

26/05/2021 - 16h50min

Nova Petrópolis – Após 11 anos e seis meses atuando como delegado da Polícia Civil em Nova Petrópolis, Camilo Pereira Cardoso está deixando o município. Cardoso chegou no Jardim da Serra Gaúcha em 11 de novembro de 2010, depois de ter trabalhado em Santo Cristo e Santa Rosa, e agora, nesta sexta-feira, 28, será seu último dia à frente da Delegacia. O policial está se transferindo para Passo Fundo, de onde é natural e possui família. Mas o principal motivo é que sua noiva, que mora em Passo Fundo, está grávida. “São mais de 250 km de distância e quatro horas de viagem, não teria como conciliar”, afirmou.

Cardoso diz que sai de Nova Petrópolis com o sentimento de dever cumprido, com os procedimentos em dia e sem inquéritos em atrasos. Segundo ele, são mais de 500 todos os anos. Entre os casos mais marcantes, ele cita um latrocínio ocorrido em Nove Colônias no ano de 2014, em que a vítima foi um jovem de 18 anos. “Foi um caso bastante delicado, começamos sem nenhuma informação, tinha que lidar com os familiares que também estavam muito abalados”, relembra.

Outro crime que chamou sua atenção, foi o de um estupro por volta de 2011, onde um homem atacou uma mulher na rua. “Estupros, em geral, acontecem dentro do próprio núcleo familiar. Mas este não, foi na rua, e o agressor atacou uma desconhecida. É o único caso assim de que temos conhecimento”. Em ambos os casos, os criminosos foram identificados e presos.

Já o crime de maior violência recente, aconteceu no dia 18 de março, em que um homem matou com golpes na cabeça o empresário Josef Paulo Lüdke, pai do ex-vereador Rafael Lüdke. Neste caso, Cardoso e os agentes da Polícia Civil e Brigada Militar passaram a noite nas investigações e localizaram e prenderam o assassino confesso, Gelmar do Nascimento, em pouco mais de 12 horas após o crime.

Camilo, à frente, durante a prisão do assassino (Créd.: Dário Gonçalves)

Município calmo

Apesar dos casos citados, o delegado considera Nova Petrópolis um município em que a segurança funciona, e por isso tem baixos índices de criminalidade. Diz que a comunidade sempre foi fundamental para solucionar casos, sendo prestativa da melhor forma possível. Destacou também o trabalho da imprensa e dos demais órgãos de segurança como Consepro, Ministério Público e Brigada Militar.

Sem familiares no município, ele confessa que será difícil voltar para Nova Petrópolis, apesar de ter feito amigos nos mais de 11 anos em que está por aqui. Além do sentimento de dever cumprido, levará consigo a saudade do município. “Eu só tenho a agradecer todo mundo. Sempre trabalhei com uma equipe muito boa, com excelentes profissionais, sempre dispostos a resolver os casos”, contou.

Novos desafios

Na nova cidade, o delegado já sabe que o ritmo de trabalho será mais intenso. Passo Fundo tem uma população de mais de 200 mil habitantes, 10 vezes mais que Nova Petrópolis. E apesar de ter quase 300 mil pessoas a menos que Caxias do Sul, onde ele também está familiarizado, ele conta que em Passo Fundo há mais criminalidade.

O delegado Camilo Pereira Cardoso encerra seu ciclo nesta sexta-feira, 28, e a delegacia deverá ser substituída por cerca de 15 dias por uma delegada substituta. O novo titular chegará na metade de junho e possivelmente será o delegado Fábio Idalgo Peres, que vem de Passo Fundo.

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