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Grupo que incentivou morte do cão em Lindolfo fez ameaças de metralhar escolas na região
Lindolfo Collor – O grupo do qual fazia parte o adolescente que confessou ter matado um cão brutalmente no dia 24 de dezembro, ameaçou metralhar escolas da região, conforme prints e conversas vazadas na internet. Um dos integrantes supostamente iria encontrar o “Doom” – codinome utilizado pelo jovem – em Campo Bom e os dois iriam “metralhar uma escola”.
Diversas denúncias foram realizadas à Polícia Civil por Prefeituras e órgãos públicos da Região, mas, felizmente, nenhuma das ameaças foram concretizadas. A família do jovem afirmou em nota que, desde que houve a apreensão dos materiais e o vazamento das imagens, quando a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do menor, ele não teve mais acesso à internet e ao grupo no aplicativo Discord, onde o crime foi motivado e transmitido.
A Delegada Raquel Peixoto, responsável pela Delegacia de Ivoti e pela investigação do caso, afirmou que após o crime contra o cão, os integrantes do grupo passaram a chamar o menor de Lindolfo de “mito” e incentivar que o próximo passo fosse cometer algum tipo de crime contra uma pessoa.
Inicialmente o jovem teria recuado, mas, devido à insistência dos integrantes, ele teria se mostrado inclinado a obedecer. Estas mensagens obtidas nas investigações, teriam sido trocadas já após o mandado de busca e apreensão, contrariando a versão da defesa.
A delegada salienta, porém, que nada se concretizou. “Ele agora está internado, fora de situação e não vai fazer mais nada. Eu acredito que ele vai ficar lá um bom tempo ainda”, disse Raquel Peixoto.
Mais de 5 mil integrantes
As investigações que seguem sendo realizadas pela Polícia Civil já demonstraram que o grupo “Elite” possui mais de 5 mil integrantes de todo o Brasil. Uma grande rede, “com muito dinheiro envolvido”, destacou a delegada Raquel Peixoto. A rede criminosa é suspeita de desferir diversas ameaças contra diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília.
Nesta quinta-feira (30), vazaram as ameaças em que um perfil com o codinome e avatar utilizado pelo menor no aplicativo, teria dito que iria “purificar a terra onde a Anvisa está instalada, usando combustível abençoado”. O perfil ainda divulga os dados do jovem e desafia “os parasitas da PF” a encontrá-lo, se despedindo com uma saudação nazista.
As ameaças foram confirmados pela delegada que investiga o caso. Entretanto, a policial afirma que não descarta nenhuma possibilidade, embora a mais provável é de que não tenham partido do jovem os e-mails enviados à Anvisa.
“Não estou descartando isso (a autoria do jovem) e não estou descartando que tenham outras pessoas se utilizando do avatar e do codinome dele, para fazer esse tipo de coisa. Até porque ele não esperava a repercussão que deu”, disse a delegada Raquel.
As mensagens foram enviadas na terça-feira (28), mesmo dia em que o menor se entregou à Polícia Civil e foi internado provisoriamente, até que recebam uma das punições previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Defesa alega que jovem não acessou perfis
Em nota divulgada ontem pela defesa do menor, o advogado Vilson Felipe Carbonel Corino afirmou que “após, o cumprimento de Busca e Apreensão, o adolescente entrega as autoridades, objetos utilizados, já de conhecimento público. Após, o fato, tanto a mãe e o pai do adolescente, vedaram o acesso do mesmo à internet, sendo que qualquer ameaça feita após essa data não é de sua autoria, conforme provas enviadas às autoridades”.