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Neste domingo é Dia do Sapateiro, profissão que muito contribuiu para o desenvolvimento da região
Dois Irmãos/Morro Reuter – Neste domingo, 25, é o Dia do Sapateiro e a data muito representa para a região pois é difícil encontrar uma família onde não tenha relação com a fabricação de calçados. O sapateiro é considerado um artesão e sua presença na história é muito antiga. Com o crescimento da demanda, os trabalhos que eram artesanais foram sendo adaptados à produção em grande escala, o que deu origem às fábricas a ateliers que hoje geram milhares de postos de trabalho e contribuem para a economia do Rio Grande do Sul. Embora as máquinas otimizem a produção, ainda não são capazes de substituir a participação dos operários. Por isso, mesmo que a produção seja em parte mecanizada, o sapateiro, como muitos operários do setor são chamados, precisam estar ali coordenando a produção. Nas esteiras ainda parte do trabalho é feita manualmente.
Para representar os milhares de trabalhadores do setor, o Diário traz o exemplo da dona Dalila Gülden, que em maio contou um pouco do carinho pela profissão. Na sua família chega a três gerações ligadas à fabricação dos calçados. Na bagagem carrega mais de 31 anos prestando serviço para a Calçados Wirth, na localidade de Walachai, Morro Reuter. Além dela, duas filhas, um filho e três netas já trabalharam no setor calçadista. “Sou natural da cidade de Alecrim e fazer calçado muito representa para toda a minha família. Sempre produzi calçados em casa para a Wirth. Com esse dinheiro pago meu aluguel e todas as demais contas”. O trabalho de Dalila não era em esteira de fábrica, mas sim montar as peças em sua casa. É um trabalho manual, onde costura e cola as partes até montar o calçado.
Muitos postos de trabalho
De acordo com Romeo Schneider, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados de Dois Irmãos e Morro Reuter, atualmente são cerca de 3.500 trabalhadores no setor em Dois Irmãos e outros 400 em Morro Reuter. Ele reforça a importância da atividade calçadista para o desenvolvimento da região e ainda é um importante segmento que gera muitos postos de trabalho. “Esse é um setor que representa uma mão-de-obra rápida de ser empregada. Após a onda de demissões que tivemos em função da pandemia, já começamos a ter saldo positivo de contratações. Nos meses de setembro e outubro não tivemos o aumento esperado, mas já mostra uma retomada”.
Origem
A escolha desta do dia 25 de outubro é uma homenagem a dois santos: São Crispim e São Crispiniano, considerados os padroeiros dos sapateiros. De acordo com os relatos cristãos, Crispim e Crispiniano eram dois irmãos cristãos que teriam vivido em Soissons, na França, por volta do século III. Durante o dia saíam pelas ruas pregando o cristianismo e de noite trabalhavam como sapateiros, para conseguirem se sustentar. Naquela época, o Império Romano perseguia os cristãos e, como consequência disso, os irmãos foram assassinados por ordem do imperador. Logo no surgimento dessa profissão a atividade era bastante discriminada, mas hoje todos reconhecem a importância de um bom sapateiro. O profissional tem como função manusear calçados diversos, fabricando-os ou também consertando-os.