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No primeiro semestre desse ano foram registrados 80 estelionatos em Dois Irmãos
Por Cleiton Zimer
Dois Irmãos – Em um levantamento recente feito pela Polícia Civil foi constatado que no primeiro semestre desse ano foram registrados 80 casos de estelionatos na Delegacia de Dois Irmãos. São registros feitos todas as semanas. Os mais recorrentes são de clonagem de whatsapp, golpe dos nudes e nos quais as vítimas acabam fornecendo dados pessoais, permitindo, assim, que os criminosos efetuem compras em seus nomes.
De acordo com um levantamento feito pela reportagem com base nos casos noticiados desde janeiro de 2021, os prejuízos acumulados pelas vítimas giram em torno de R$ 200 mil. Somam-se a esse montante estelionatos decorrentes do golpe do bilhete premiado, do cartão, da falsa prestação de serviços, do intermediário, empréstimo consignado dentre outros.
O delegado Felipe Borba explica que no caso do golpe dos nudes a maioria das vítimas são homens com mais de 40 anos. Em relação aos demais golpes pessoas com mais de 60 anos, já aposentadas, costumam figurar como vítimas. “Os criminosos, em relação ao golpe do cartão clonado, assim como os que pressupõem o fornecimento de dados bancários, procuram selecionar as vítimas, geralmente sendo o fator da idade o mais relevante”.
“Não clicar em links que
venham por meio de
mensagens de texto é essencial”
Borba fala da importância de parentes e amigos de pessoas idosas, principalmente as que moram sozinhas, orientarem sobre os golpes que estão sendo praticados. “Não clicar em links que venham por meio de mensagens de texto é essencial; grande parte dos estelionatos iniciam com essa atitude da vítima em potencial”.
Contribuição por parte da vítima
Mesmo tomando todos os cuidados, eventualmente, todos podem ser passiveis de algum estelionato. Mas o método usado pelos criminosos ultimamente sempre pressupõe uma contribuição por parte da vítima, seja com o fornecimento de algum dado ou, até mesmo, atraído por algum preço tentador. “Se a vítima tiver um comportamento ideal dificilmente cairá em um golpe”, ressalta Borba.
“É preciso tomar um cuidado
para não se deixar levar na emoção”
Borba alerta que as pessoas devem ter o cuidado de nunca fornecer códigos. Não se deve clicar em links que chegam através de e-mail ou SMS se passando por algum banco ou qualquer outra instituição. “Ao clicar, esse link vai gerar números e logo em seguida alguém vai solicitá-los a título de confirmação de dados”. Através desse fornecimento, o criminoso consegue acesso ao whatsapp da vítima e solicita dinheiro aos contatos ou algo nesse sentido.
Já do outro lado, jamais deve-se efetuar qualquer transferência solicitada por algum parente, amigo ou conhecido, sem antes ter a certeza que se trata da pessoa. “Efetua uma ligação, conversa com outras pessoas para conferir se é verdade o não aquela situação de necessidade, que eles costumam mencionar nas mensagens”, explica o delegado.
Banco não pede dados por telefone
Borba pontua que as pessoas precisam ter a consciência de que os bancos jamais solicitarão qualquer tipo de dados do cliente pelo telefone, até porquê eles possuem todos. Se isso acontecer, provavelmente, a pessoa está quase sendo vítima de estelionato.
Atenção aos preços tentadores
Nas compras pela internet é fundamental procurar por informações a respeito da credibilidade da empresa na qual se pretende adquirir algum produto. Muitos acabam sendo atraídos por promoções ou preços reduzidos. E é justamente ali que as armadilhas estão armadas.
“Não existe preço mágico”
“É preciso tomar um cuidado para não se deixar levar na emoção no momento de efetuar uma compra; atualmente não existe preço mágico”. Borba alerta que nesses casos certamente é golpe ou, então, um objeto que não é original e até mesmo oriundo de algum outro delito.
O golpe do momento
Buscando uma relação fora do círculo de convivência e, mais uma vez, através do gancho da emoção, o golpe dos nudes, conforme Borba, é o estelionato do momento. Entretanto, a incidência de prejuízos financeiros às vítimas tem diminuído. “Eles estão vindo na Delegacia registrar antes de concluir a transferência”. Mas mesmo assim chegam crentes de que estão conversando com uma “guria”, que ela é menor de idade e que estão sendo ameaçados por algum familiar ou policial.
O delegado reitera que as vítimas não devem fazer nenhum depósito. O procedimento é procurar a delegacia mais próxima e tentar esclarecer a situação.
Conheça alguns golpes
Falso perfil do whatsapp
Criminosos criam contas falsas no aplicativo com o intuito de pedir transferências em dinheiro para a conta de terceiros. Os dados das vítimas e familiares são obtidos, na maioria das vezes, por meio de um banco de dados ilegal.
Falso depósito por pix
A vítima recebe uma notificação informando que foi realizado um pix para a conta dela. Nesse instante, o criminoso entra em contato com a pessoa afirmando que fez a transferência errada e pedindo para a vítima devolver o valor. O problema é que o golpista realizou um agendamento do pix, ou seja, o dinheiro já notificado ainda não está na conta da vítima. Então, caso ela faça a “devolução” dessa quantia, ela acaba perdendo o próprio dinheiro.
Auxílio emergencial
Por meio de mensagem de celular, o golpista ilude a vítima afirmando que ela se enquadra no perfil para receber ajuda financeira do Governo. Para ter acesso ao dinheiro, bastaria fazer um cadastro por meio do link enviado por SMS, informando CPF, endereço, número da conta bancária e senha. Com essas informações, o cibercriminoso pode praticar diversos golpes, como abrir contas em bancos virtuais e solicitar cartões de crédito em nome da vítima.
Bilhete premiado
A vítima é abordada por uma pessoa que diz ter um bilhete da loteria premiado. O suposto ganhador alega ter medo de ser enganado na hora de resgatar o prêmio ou não ter os documentos necessários para sacá-lo. Em seguida, surge o comparsa. Finge ligar para a Caixa e alguém na linha confirma a veracidade do prêmio. Os golpistas propõem que a vítima, então, fique com o bilhete premiado e em troca passe algum valor para o suposto ganhador. Chegam a levar a vítima para a agência bancária e fazer o saque ou transferência, como garantia de que o “ganhador” não será enganado. Depois, lhe entregam o bilhete, que não está premiado.
Boleto falso
Códigos de barras são manipulados, ou páginas falsas de download de uma “fatura” são criados por criminosos. Ao pagar uma conta, o valor transferido vai para o golpista ou no nome de algum laranja. É fundamental verificar os dados do destinatário do boleto emitido.
Cartão clonado
Se passado por alguém do banco, o golpista entra em contato com a vítima afirmando que houve uma compra duvidosa no cartão dela e solicita que essa ligue para o 0800 para cancelar a compra e bloquear o cartão. O golpista, no entanto, não desliga o telefone e quando a vítima disca 0800 o criminoso coloca uma gravação como se fosse da operadora do cartão. Enganada, a vítima fornece dados pessoais e do cartão de crédito, além do endereço. Após, informam que um atendente irá ao local buscar o cartão clonado. Em posse do cartão e dos dados, fazem compras em lojas físicas e sites.
Clonagem do whatsapp
As vítimas informam seis dígitos enviados via SMS para o celular. Com isso, os criminosos clonam o aplicativo e tentam pedir dinheiro dos contatos. Acionar a verificação em duas etapas é uma forma de evitar que isso ocorra, uma vez que, ao tentar logar em outro aparelho, será solicitado o código PIN cadastrado pelo usuário.
Nudes
Com um perfil falso e fotos de uma jovem atraente, o criminoso inicia uma amizade pelas redes sociais do seu alvo. Envia e pede foto íntimas. Com isso em mãos, passa a extorquir a vítima.
*Informações sobre esses e outros golpes, assim como dicas de como preveni-los, estão disponíveis no aplicativo PC Alerta, da Polícia Civil
Em Herval onda de tentativas assustou
Há algumas semanas uma onda de números de telefone se passando por outras pessoas para pedir dinheiro emprestado pelo WhatsApp chamou a atenção dos moradores, causando receio e dor de cabeça para muitos. Trata-se do falso perfil. Apesar dos transtornos, nenhum prejuízo foi registrado na Delegacia.
No final do ano passado e início desse ano, uma parcela significativa de homens caiu no golpe dos nudes. As vítimas estavam na faixa dos 40 – 50 anos. Recentemente, observou-se uma queda nas ocorrências.