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“É um prato cheio para existir desvio de dinheiro público”, diz promotor sobre terceirização na saúde

02/09/2019 - 09h18min

Atualizada em 03/09/2019 - 14h58min

Dois Irmãos – Meses antes de renunciar à administração do hospital dois-irmonense, o Isev foi manchete na imprensa, assunto de reunião do Conselho da Saúde e o centro das atenções de uma “crise financeira” que por muito pouco não refletiu na vida de uma gestante e seu bebê. O atraso nos depósitos do FGTS dos funcionários, no pagamento de médicos e profissionais terceirizados e de fornecedores se tornou uma bola de neve. Porém, segundo o promotor Wilson Grezzana, que entrou com uma denúncia de desvio de dinheiro público, a quitação das dívidas não era a prioridade dos gestores, uma vez que retiravam propositalmente as verbas públicas da sua conta.

ESTOPIM FOI A FALTA DE ANESTESISTA, QUE NÃO RECEBIA SALÁRIO

O estopim de tudo, que resultou na saída do Isev, foi a desistência do anestesista, em outubro do ano passado. Ele não recebida salário por cerca de três meses e deixou o hospital. No entanto, no mesmo dia, havia uma gestante que precisava de uma cesariana. Por horas, a família ficou aflita sem saber exatamente o que acontecia. Quando a tia das crianças, uma advogada, soube que o parto não estava sendo realizado por falta de anestesista e toda a questão financeira, procurou a imprensa e estava prestes a entrar com um mandato de segurança. Uma ambulância chegou a estacionar na frente do hospital, mas era arriscado remover a paciente. O anestesista, então, retornou e realizou o procedimento. Por um longo período, após o episódio, o hospital não pôde realizar partos por não conseguir contratar profissionais. Oficialmente, neste período, Juarez fez um pedido de renúncia.

É NECESSÁRIO FISCALIZAR CADA CENTAVO GASTO

Grezzana ressalta, com o objetivo de orientar não somente a Prefeitura de Dois Irmãos, mas todas que optam por terceirizar a administração da saúde a entidades e associações que em tese não têm fins lucrativos, que a medida é arriscada. “Uma entidade ou associação não pode ter fins lucrativos e, então, para justificar valores, aumentam próprios salários ou desviam dinheiro”, diz ele, acrescentando que essas entidades usam o argumento das Prefeituras de que não conseguem assumir a saúde para fechar contratos. “Porém, isso é um prato cheio para existir desvio de dinheiro público. Se existem entidades e associações corretas e honestas? Existem! Mas é necessário ter um controle rigoroso sobre a administração delas. O contratante, neste caso a Prefeitura, precisa saber exatamente tudo, desde valores de pagamento de médicos, compra de materiais, até tudo que envolva recursos públicos”.

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