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Desemprego no RS chega a mais de 10% no terceiro trimestre de 2020
Rio Grande do Sul – A taxa de desemprego no RS atingiu 10,3% no terceiro trimestre de 2020, segundo dados do Boletim do Trabalho, elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e divulgado na quarta-feira,27. É o maior nível de toda a série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que baseia o levantamento e foi iniciada em 2012. Segundo o governo, 574 mil pessoas estão sem ocupação no estado. O número representa alta tanto em relação ao trimestre anterior (0,9%, ou 535 mil pessoas) quanto ao mesmo período de 2019 (crescimento de 1,5%, ou 540 mil pessoas).
Mesmo assim, a taxa está abaixo do registrado no Brasil, quando 14,6% das brasileiros estavam desempregados no trimestre encerrado em setembro do ano passado. Isso representa 14,1 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A recuperação econômica parcial no país e no Rio Grande do Sul, no terceiro trimestre de 2020, não foi suficiente para impedir a continuidade da queda do nível ocupacional e o aumento da desocupação verificados no mercado de trabalho”, ressaltou o pesquisador Raul Bastos, elaborador do estudo junto com Guilherme Xavier Sobrinho.
O departamento enfatiza que o período foi afetado tanto pela pandemia do coronavírus quanto pela estiagem registrada no RS ao longo de 2020, mesmo com o desempenho positivo da economia. Os maiores aumentos na taxa de desemprego no terceiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, ocorreram entre:
- homens (de 7,2% para 9,2%)
- jovens de 15 a 29 anos (de 16,3% para 19,4%)
- pretas e pardas (de 13,6% para 16,1%)
- pessoas com ensino fundamental completo (de 11,4% para 15,8%)
O boletim revela também que o nível de ocupação, ou seja, o percentual de pessoas ocupadas em relação ao de pessoas com idade de trabalhar, caiu, atingindo 51,5%, contra 53,1% no segundo semestre de 2020, e 58,3% em igual período.
Já a taxa de participação na força de trabalho, que indica a porcentagem de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estão empregadas ou em busca ativa de trabalho, chegou a 57,5%, abaixo do registrado no segundo trimestre do ano passado (58,6%) e no terceiro trimestre de 2019 (64,0%).
Alta no consolidado de 2019
Considerando todo o ano de 2019, o RS teve alta de 2% em relação ao ano anterior, com saldo positivo de mais de 57 mil vagas, também mostra o boletim.
O número de empregados registrados no período chegou a 2,96 milhões, ainda abaixo do patamar de 2015 (3 milhões) e do nível de 2014 (3,10 milhões), quando obteve o seu número máximo.
A pesquisa mostra ainda que as formas de contratações mais flexíveis, sem registro formal, deram um salto em dois anos: de 2,9% do total da força de trabalho para 15,3% em 2019. No Brasil esse índice ficou em 13,9%.
Já os vínculos CLT com tempo indeterminado, que garante mais direitos, foi de 79,4% para 67,9%.
“O avanço dessas formas contratuais mais flexíveis e de regulamentação mais recente tem o efeito de deslocar a predominância do emprego formal clássico, sustentado no padrão historicamente estabelecido de contratos por tempo indeterminado no setor privado”, destaca o pesquisador Guilherme Xavier Sobrinho. Os dados do estudo do DEE sobre o mercado formal gaúcho em 2019 têm como fonte a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), lançada no final de 2020 pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia.
Salário menor e mais horas de trabalho
Na comparação de modalidades de vínculo CLT, a pesquisa mostra que empregados com tempo determinado recebem menos, trabalham mais e são mais jovens do que aqueles com contrato indeterminado. Confira:
Emprego formal CLT por tempo indeterminado:
- Remuneração: R$ 2,6 mil
- Horas semanais trabalhadas: 40,6 horas
- Idade média: 37,8 anos
Vínculo por tempo determinado
- Remuneração: R$ 2,03 mil
- Horas semanais trabalhadas: 41,5
- Média de idade: 32,6 anos
* Com informações de G1.com