Conecte-se conosco

Estado - País - Mundo

Família de Carolzinha comemorou à distância a conquista da América

31/10/2022 - 10h33min

O irmão Ricardo mostrando Carolzinha para o filho Davi (Créd.: Arquivo Pessoal)

Nova Petrópolis – Quando a noite de sexta-feira, 28, chegou, muitos gremistas ligaram a televisão para assistir ao Tricolor contra a Tombense pela série B. Alguns colorados, certamente fizeram o mesmo para torcer contra os rivais. Mas em uma casa na rua Schmalthal, Linha imperial, uma família vestia verde e branco, cores do Palmeiras.

Dona Marilene e Seu Domingos, pais da zagueira Carolzinha, estavam com os outros filhos, Carine, Édina, Douglas e Diogo, além do genro, noras e netos. De Garibaldi, outro irmão de Carol, Ricardo, também estava na torcida junto com a esposa e o filho de apenas 5 meses. Mas via videochamada, todos estavam unidos, acompanhando e torcendo pela equipe Paulista que disputou e venceu a Libertadores da América Feminina.

Família reunida em Nova Petrópolis (Créd.: Arquivo Pessoal)

O irmão Ricardo disse que Carolzinha, a caçula dos irmãos, sempre foi muito dedicada e o diferencial em uma família em que todos sempre jogaram futebol. Ele conta que a esperança pelo título era enorme e que havia muita confiança. “Quando o Palmeiras abriu o placar, foi muita comemoração, e quando o Boca empatou, a gente ficou apreensivo. Mas a gente acreditou e deu certo. Quando terminou a partida, a Carol fez uma videochamada com a gente de dentro do campo”, conta ele.

Bebê da casa e orgulho da família

A mãe, Marilene, conta que foi um momento de várias emoções entre os familiares, chegando a ficar sem palavras. “Sempre nos reunimos para enaltecer esse momento da bebê da casa e orgulho da família. Jamais imaginaria estar conquistando a América, tudo foi muito batalhado e não de um dia para outro”, disse.

Embora sua casa esteja em Nova Petrópolis, Carolzinha vive em São Paulo há quase dois anos por conta da profissão. E é essa distância que, para Marilene, é o mais difícil, principalmente pela filha ser a mais nova e ter saído muito cedo de casa. “Felizmente, com a tecnologia, estamos sempre juntos, compartilhando cada passo do dia. Ver ela ali fazendo o que ama não tem preço”, comenta.

Carolzinha com a taça de campeã (Créd.: Arquivo Pessoal)

“Ela está batalhando ainda, conquistando seu espaço, e tenho certeza que vai chegar onde ela quiser. Ela tem muito chão pela frente e com certeza chegará à Seleção”, acrescenta o irmão Ricardo.

A força de um sonho

Ainda no vestiário do estádio Rodrigo Paz Delgado (Casa Blanca), Carolzinha falou com O Diário e disse estar muito emocionada com a conquista e sem acreditar na realidade. Pela televisão, a partida foi transmitida pelo SporTV, foi possível ver o choro da atleta ao cair de joelhos no gramado no apito final. “Isso ninguém nos tira”, disse.

Em sua página no facebook, ela falou sobre a união do grupo palmeirense e que a reconexão das atletas lhes trouxe não só a grandeza da taça, mas também a grandiosidade como mulheres e como grupo. “Queremos mostrar ao mundo a força que tem um sonho, a força da resiliência e o poder na união! Este foi apenas o primeiro passo visto por todos vocês, pois queremos muito mais. Queremos respeito, melhorias, ocupar o lugar que nos pertence! A luta não é para nós, a luta é por todas as mulheres que querem ser o que quiserem! Pintamos a América de verde, a cor da esperança. Esperança de dias melhores. La gloria es de ellas! A América é nossa!”, publicou.

A zagueira comemora mordendo a medalha, no lado esquerdo da foto (Créd.: Staff Images Woman/CONMEBOL)

No sábado, a mãe contou que todos acordaram ainda sem reação e sem acreditar. “Todos sentiram a emoção da conquista, vibramos muito e com toda certeza a Carolzinha vai fazer muita história”, conclui Dona Marilene.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.