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Foragido número 1 do Estado é preso pela Polícia Civil
A Polícia Civil RS, por meio da 3ª DIN/DENARC, prendeu no final da noite de domingo, após investigação de mais de um ano, o foragido número 1 do Rio Grande do Sul.
Segundo o Delegado Gabriel Borges, o investigado começou no mundo do crime há pouco mais de uma década, praticando estelionatos e se aproximando de grandes lideranças em razão de vínculos parentais. Pelo seu conhecimento e articulação, rapidamente ascendeu no mundo do crime. Passou a operar também outros crimes patrimoniais e atuar na lavagem de dinheiro por meio da utilização de pedras preciosas.
O investigado era piloto de corrida automobilística e piloto de aeronaves, e com isso ingressou no esquema de tráfico internacional de drogas, principalmente no transporte de cocaína de países produtores, como Peru e Bolívia.
Em 2021, o investigado foi alvo de uma investigação do Denarc, sendo preso por operar aeronaves responsáveis por transportar cocaína ao estado. Além disso, houve o sequestro judicial de uma dessas aeronaves.
Já no ano de 2022, o investigado foi um dos principais alvos da operação Kraken, deflagrada pela 1ª Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul, em que mais de 1300 policiais cumpriram 368 ordens judiciais contra a maior organização criminosa do sul do país, a qual o criminoso exerce papel de liderança.
Nessa investigação, foi possível apurar que o foragido coordenava o esquema logístico de distribuição de cocaína via aérea no estado, além de transportar e traficar armas de fogo de guerra, como metralhadoras .50 com capacidade de derrubar aeronaves.
A investigação apurou que o alvo utilizava rotas e pistas clandestinas para a remessa da cocaína, fazendo até mesmo sobrevoos com aeronaves carregadas com cocaína em cima de casas prisionais, como a Penitenciária Estadual do Jacui.
Em razão dessa investigação, em que houve o sequestro judicial de 38 imóveis, 115 veículos, também foram sequestradas judicialmente duas aeronaves utilizadas pelo alvo no transporte de drogas.
Esse mesmo investigado operava um grande esquema de lavagem de dinheiro com a utilização de pedras preciosas, buscando por vezes diamantes e esmeraldas na Europa e na Índia.
Também foi possível apurar a conexão do alvo com o Cartel Mexicano de Sinaloa, em que um dos seus contatos transportava cocaína pela América do Sul e Central com a utilização de um submarino.
Na ocasião da deflagração da operação Kraken em abril de 2022, o alvo obteve uma ordem judicial de soltura da operação anterior do Denarc e logrou êxito em fugir do país. O acompanhamento constante do alvo apurou que ele fugiu para os Estados Unidos, montando sua base logística em Orlando/Flórida.
No exterior o alvo se aliou a um americano e montou uma empresa de aluguéis de veículos na Flórida, utilizada para lavagem de dinheiro. Lá, ele levava uma vida de alto luxo, fazendo viagens em barcos de alto padrão e frequentando locais de encontro de celebridades.
Com a ramificação de seus contatos e aumento da base logística, o traficante aumentou de forma exponencial sua capacidade operacional, sendo que atualmente dominava a rota de tráfico aéreo de drogas no Rio Grande do Sul, introduzindo mais de 400 KG de cocaína por semana no estado.
Com alta capacidade financeira, passou a integrar a cúpula do grupo criminoso, sendo inserido, recentemente, no alerta vermelho da Interpol, que permite que criminosos de repercussão internacional sejam capturados no exterior.
Em novembro do ano passado, foi avistado num aeroporto fora do Brasil, já com seu alerta na difusão vermelha da Interpol, mas conseguiu identificar que estava sendo monitorado e fugiu pelo aeroporto, abandonando suas malas e não sendo mais localizado.
Já em dezembro, o acusado foi localizado e abordado em um barco de luxo na Guiana, com mais três brasileiros. Por circunstâncias ainda desconhecidas, o investigado conseguiu, mais uma vez, fugir das autoridades, vindo a se refugiar num país da América Central.
Há uma semana, utilizando modernas técnicas de investigação e monitoramento, além da troca de informações entre agências de inteligência, foi possível apurar a entrada do alvo no território nacional.
Sabendo que o investigado estava no Brasil, a equipe de investigação passou a tentar identificar seu destino específico, apurando que ele estava escondido em um condomínio de luxo na zona leste do Rio de Janeiro.
No último domingo, a equipe da 3ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico, em uma operação de alto risco e numa rápida intervenção, localizou o alvo e efetuou sua prisão num restaurante de alto padrão, de uma praia da Barra da Tijuca.
O Delegado Gabriel Borges ressalta que a operação envolveu um grande esquema logístico e operacional, em razão de todo o risco apresentado, mas que o êxito só foi possível pela vigilância e atenção constante no movimento das grandes lideranças do crime organizado. E reforça que a retirada da rua, do investigado, representa uma das maiores desarticulações que o crime já enfrentou, desestruturando o tráfico internacional de cocaína pela via aérea.
O Delegado Carlos Wendt, Diretor Geral do Denarc, reforça que esse é o papel do departamento: descapitalizar as organizações criminosas por meio de investigações que combatam a lavagem de dinheiro e responsabilizar criminalmente as grandes lideranças criminais.
A ação integra a estratégia da Polícia Civil de descapitalizar o crime organizado e responsabilizar criminalmente as grandes lideranças. O preso foi colocado à disposição da justiça para responder criminalmente por todos os seus delitos.