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Israel bombardeia usina nuclear no Irã, mata comandante militar e fecha espaço aéreo; tensão explode no Oriente Médio

13/06/2025 - 06h36min

Bombeiros atuam em área atingida por bombardeio israelense em Teerã

Estado de emergência é declarado em Israel após ataque a instalações nucleares iranianas e morte do chefe da Guarda Revolucionária; Irã promete resposta sem limites

Israel lançou um ataque aéreo de grandes proporções contra o Irã na manhã desta sexta-feira (13), no horário local — noite de quinta no Brasil —, atingindo principalmente a usina de Natanz, considerada o centro estratégico do programa de enriquecimento de urânio iraniano. O governo israelense declarou estado de emergência, fechou o espaço aéreo e alertou para possíveis ações retaliatórias do Irã. Entre as baixas confirmadas está o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, general Hossein Salami.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou a ofensiva em pronunciamento gravado e divulgado após o início da operação militar, nomeada “Leão em Ascensão”. “Essa operação continuará por quantos dias forem necessários para eliminar a ameaça iraniana à existência de Israel”, declarou.

De acordo com o Exército israelense, o Irã possuía material suficiente para produzir até 15 bombas nucleares. O ataque à usina de Natanz, segundo Netanyahu, visa impedir esse avanço: “O Irã está se preparando para produzir 10 mil mísseis balísticos em três anos. Isso é uma ameaça intolerável”, justificou.

Drones e aviões de combate em ação

Horas depois do ataque israelense, o Irã lançou cerca de 100 drones contra o território de Israel, segundo o porta-voz militar Effie Defrin. As Forças de Defesa de Israel responderam com o envio de 200 aviões de combate, que bombardearam aproximadamente 100 alvos estratégicos em território iraniano. A ofensiva também atingiu áreas residenciais em Teerã, o que provocou mortes civis, conforme a mídia estatal iraniana.

O Ministério da Defesa de Israel classificou a ação como um “ataque preventivo” e garantiu que os alvos eram exclusivamente militares. “Dezenas de jatos da IAF (Força Aérea Israelense) completaram o primeiro estágio da operação”, informou o comunicado oficial.

Escalada após fracasso diplomático

O ataque ocorre após o colapso das negociações entre Israel, Irã e os Estados Unidos sobre limites ao programa nuclear iraniano. Autoridades israelenses já haviam sinalizado que a ofensiva aconteceria se o Irã rejeitasse a proposta norte-americana. Na segunda-feira (9), Netanyahu discutiu os riscos com o presidente Donald Trump, que, por sua vez, iniciou a retirada de diplomatas e dependentes militares do Oriente Médio.

Apesar da articulação prévia, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que os Estados Unidos “não estão envolvidos nos ataques” e que a prioridade do governo Trump é “proteger as forças americanas na região”. Ainda assim, o presidente convocou para esta sexta-feira uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional.

Irã promete retaliação sem limites

Em resposta, o governo iraniano declarou que “não se deve falar com um regime tão predador, exceto com a linguagem da força”. Em nota oficial, afirmou que os ataques israelenses reforçam a legitimidade do enriquecimento de urânio e do avanço no programa de mísseis do país.

O Estado-Maior das Forças Armadas do Irã foi ainda mais direto: “Agora que o regime terrorista que ocupa Al Quds (Jerusalém) cruzou todas as linhas vermelhas, não há limites na resposta a este crime”.

A situação gerou apreensão global e reações diplomáticas devem se intensificar nas próximas horas. Enquanto isso, o espaço aéreo israelense permanece fechado, e tropas estão em alerta máximo. O temor de uma guerra em larga escala envolvendo outros atores do Oriente Médio e grandes potências internacionais cresce a cada minuto.

 

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