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Ivoti/Dois Irmãos: neta de dois anos salva a avó depois dela cair e fraturar uma das pernas

09/02/2023 - 10h11min

Atualizada em 09/02/2023 - 13h26min

Mirta com a neta Fernanda já em casa, se recuperando (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Ivoti / Dois Irmãos – Um acidente doméstico terminou com um final feliz – ou ao menos foi amenizado – na quinta-feira da semana passada, dia 2. E tudo graças à pequena Fernanda Arnecke, de apenas dois anos, que ajudou a salvar a avó Mirta Nodari Neuqamp, de 64, após ela sofrer uma queda em casa, no bairro Morada do Sol, em Ivoti.

Fê mora no Centro de Dois Irmãos, junto com os pais Carla Fabiana Führ e Lucas Arneke. Ela passava os dias junto da avó, brincando, aprendendo e se divertindo – e de noite voltava com o pai para casa.

No entanto, naquela manhã tudo viria a ser diferente. As duas estavam sozinhas, como sempre, fazendo companhia uma para a outra. Mirta já faz uso de muletas desde 2012, por conta de um problema numa das pernas, na parte do joelho. Entretanto isso nunca a impediu de fazer diversas atividades – mesmo sentido fortes dores. A pequena Fê, sempre prestativa, buscava ajudar a avó em alguns afazeres.

Dona Mirta recorda que era por volta de 10h15. Já estava se preparando para começar a fazer o almoço na cozinha da garagem. “Fui na porta, não sei o que eu queria olhar, e caí para o lado. A muleta foi para fora e eu caí de bunda”, recorda.

Com o impacto ela fraturou a perna já machucada. “Gritei de dor.

Fê transmitiu forças para a avó

A neta logo foi ao encontro para ajudar. “Correu, pegou a muleta e queria que eu levantasse; botou em cada lado e disse: vó, segura agora a muleta e eu vou erguer a vó, vou puxar a vó, vamos levantar. E eu disse: a vó não consegue”, lembra Mirta emocionada.

Ela já não tinha mais forças, começou a sentir fraqueza tamanha a dor que sentia. E quando achava que não conseguia mais, Fê, também chorando, insistia: “vó, vamos levantar.”

Ao ver que Mirta realmente não conseguia se erguer, a neta foi atrás, pegou pelos ombros e começou a puxar. “Eu disse: Fê larga a vó, a vó não consegue. E ela disse: sim a Fê consegue puxar a vó.

Fê não desistiu, transmitiu forças para Mirta mesmo em meio à tensão. Assim, conseguiu ajudar a arrastar ela para dentro de casa. “Pegou debaixo dos braços para me erguer, para me sentar em cima do degrau”, lembra Mirta, que tentou seguir por mais um pedaço mas, não conseguiu. “Aí eu disse para ela olhar onde estava o celular. Ela correu, puxou o fio do carregador, ligou e deu para mim.

Tudo isso aconteceu em questão de 15 minutos.

 Vizinhas pularam o cercado e vieram ajudar

Primeiro Mirta ligou para o esposo, o Astor, mas, como estava trabalhando, não escutou. “Eu quase não enxergava de tanto que meu óculos estava molhado, de tanto gritar e chorar.”

Depois disso ligou para a filha, que também não escutou. Aí achou o número da vizinha Roseli. Ela logo atendeu e, imediatamente, junto com a Elaine, pularam o pequeno cercado que separa as residências e foram ao encontro para ajudar.

Enquanto Rose ligava para o serviço de emergência, Elaine colocava um pano molhado sobre o rosto de Mirta que seguia com muita dor. A neta ficava ao lado, fazendo massagem nos ombros e limpando o rosto, olhava a perna e implorava por ajuda.

Bombeiros vieram socorrer

Rose ligou para a Brigada Militar (BM) que orientou a acionar os Bombeiros via 193 que vieram rapidamente de ambulância. Enquanto os socorristas ajeitavam Mirta na maca, pediam algumas informações. “Perguntaram se eu tinha batido a cabeça; Fê logo respondeu que não”, lembra Mirta.

Rose contou que assim que levaram Mirta com a maca, pegaram a Fernanda para levá-la para casa. “Ela passou pela ambulância e ainda chamou ‘tchau vó’ bem queridinha.”

Se recuperando rodeada de amor

Depois de todo aquele sufoco, Mirta foi levada para o Hospital São José de Ivoti e, após, para Sapiranga; passou por exames e colocaram uma tala na perna. Os médicos deixaram a pequena heroína ficar com a avó, afinal, todos queriam ver a menina que ajudou a socorrê-la.

No dia seguinte Mirta já teve alta e agora se recupera em casa, rodeada pelo amor da família, amigos e vizinhos. Ela vai ter de passar por novas avaliações nos próximos dias.

Gratidão

Mirta disse que, se não fosse pela ajuda da neta, não teria tido forças para chegar dentro de casa e pegar o celular. “Sem ela não teria conseguido. Iriam me encontrar mais tarde. A Fê salvou a vovó”, disse, com um abraço de gratidão na neta, que não saia ao lado dela.

Mirta também aproveitou para agradecer as vizinhas que vieram correndo ajudar, e todos os outros que, nestes últimos dias, estão prestando apoio, dando forças para que logo possa estar totalmente recuperada e brincar com os netos. Também agradeceu os Bombeiros e equipe médica por todo o cuidado que tiveram.

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