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Moradora de Ivoti é exemplo de superação na luta contra o câncer de mama
Por Geison Concencia
Em meio a pandemia de Covid-19 que assombrava o mundo, Pâmela Bianchini (31) descobriu em 2020 uma notícia que mudaria para sempre sua vida: o diagnóstico de um câncer agressivo de mama. Hoje, ela comemora a superação, que contou com a fé em Deus e o apoio de sua família, os pilares que a sustentaram em um período de desafios físicos e psicológicos.
O tratamento, que consistiu em várias sessões de quimioterapia, e, até, a perda capilar em determinado momento, aliado a duas cirurgias, mudaram a sua percepção acerca da vida, a deixando mais próxima de sua crença em Deus, e a se aproximar mais de seu lado espiritual.
Além de fortalecer sua fé, Pâmela comenta que a partir da descoberta do diagnóstico, começou a fazer o autoexame diariamente. “Não tinha o costume de fazer o auto de exame de toque, já que estava com 28 anos e não imaginava que poderia ter algum problema. Casualmente, descobri um nódulo”, explicou Pâmela.
No princípio, achou que o nódulo poderia ter sido causado por uma colisão, e não um tumor. “Passou semanas, pois não achei que fosse algo sério. Sempre tive uma rotina de praticar esportes e a fazer exercícios físicos. Em momento algum passou pela minha cabeça que seria grave”.
Quando descobriu a presença de um câncer de mama triplo negativo, um dos mais agressivos, Pâmela lembra do choque de receber a notícia, mas teve maturidade para encarar positivamente o desafio. “Na primeira vez que descobri chorei muito, mas ergui a cabeça e segui em frente encarando o problema. Vamos fazer o que tem que ser feito e tudo certo”. Mas isso foi em 2020. Posteriormente, passou pelas sessões de quimioterapia e radioterapia.
Em janeiro de 2022, depois de já ter passado por cirurgia de retirada do nódulo, e pensar que tinha se livrado do câncer, um novo exame meses depois apontou o aparecimento de mais um nódulo. “Na segunda, foi pior. Porque passei por momentos difíceis havia pouco tempo. A partir desse momento a gente começa a pensar muito na finitude da vida. E foi nessa ocasião que me apeguei muito a Deus. Eu chorava e orava, chorava e orava. Agarrava-me a Ele”.
Pâmela lembra que após ter câncer, começou a fazer o autoexame diariamente. E, numa dessas, percebeu que tinha algo diferente, parecido com que já tinha sentido na primeira vez que foi diagnosticada. “Fiz uma mamografia que revelou um nódulo de um centímetro. 30 dias depois, quando fiz a biópsia, ele estava com cinco centímetros. Em um mês havia crescido 4 cm”, disse Pâmela.
A volta do câncer demandou mais esforço para superar os meses de quimioterapia: “precisava mais uma vez entrar em um ambiente hospitalar. Foram três meses e meio de quimioterapia, além da perda parcial do cabelo. Quando recém tinha crescido – pois ele demora para voltar -, teria que passar por novas sessões e perdê-lo. Mas dessa vez, não perdi tanto”.
Pâmela passou pelas sessões de quimioterapia e, posteriormente, a cirurgia. Ela lembra com gratidão o fato de ter enfrentado o tratamento de forma positiva e ter respondido bem à intervenção cirúrgica. “Hoje estou curado. Claro que faço exames a cada seis meses. Este ano, a vida seguiu normalmente”.
Perda de amigos
Durante o tempo em que Pâmela esteve no hospital em tratamento, ela adquiriu amizades importantes em sua vida. Infelizmente, nesse processo, lembra que chegou a perder amigas por conta do câncer.
Ela destaca a empatia que surge entre os pacientes oncológicos e o quanto eles compreendem os sentimentos dos outros. “Quando uma de nós parte, é como se um pedaço nosso fosse junto”.
Família
Além de se apegar a fé para superação diária, Pâmela destaca a importância que o filho, Benjamin Bianchini, de 7 anos, e o marido, o dentista Bruno Bianchini, tiveram em sua vida. “Meu filho foi fundamental nesse momento. Eu pensava que queria vê-lo crescer e conhecer até meus netos. Isso foi muito forte. Quero ficar bem para estar com eles para superar o câncer. O apoio da família é fundamental. Graça a Deus, tive isso na minha.”
Prevenção
Pâmela comentou sobre a importância do autoexame, como forma de evitar um diagnóstico tardio, que pode dificultar o tratamento: “a chance de cura é de quase 95 %, quando diagnosticado precocemente. É importante que as mulheres façam o autoexame. Descobri as duas vezes que tive câncer assim. É importante que a mulher conheça o seu corpo e faça o autoexame todos os dias”.
- Pâmela em uma competição de Crossfit, após ter passado pelo primeiro tratamento contra o câncer de mama