Conecte-se conosco

Estado - País - Mundo

Natural de Dois Irmãos, padre Paulo Wendling conta a história do seu sacerdócio

09/09/2022 - 14h58min

Atualizada em 09/09/2022 - 16h45min

Padre Paulo auxilia a paróquia de Dois Irmãos com missas aos domingos (FOTO: Geison Machado Concencia)

Por Geison Machado Concencia

Dois Irmãos – Padre Paulo Wendling, 68, veio do Walachai, com a família, para Dois Irmãos, no Vale Esquerdo, em 19 de junho de 1958. Desde pequeno, dividia a sua rotina com o trabalho na roça, onde ajudava os pais, e a escola, onde descobriu a sua vocação para o sacerdócio.

Na família, já havia parentes que eram padres, mas foi na escola que ele percebeu a motivação para seguir esse caminho. A ocasião especifica foi em 1963, quando o irmão José Wickert foi a escola onde estudava e perguntou quem queria ser padre, apenas Paulo levantou a mão. A partir desse momento, ele começou a alimentar esse sonho.

A primeira escola foi a Carlos Rausch de 1962 a 1965. Depois, continuou o quinto ano do primário no Grupo Escolar. A primeira série do ginásio ele fez no Colégio Imaculada Conceição. Em 1968, iniciou os estudos no seminário, em Gravataí, onde terminou as séries do ginásio e colegial. O padre, em 1974, começou a estudar filosofia na faculdade de Viamão e depois fez teologia na PUC. Em 1980, Wendling realizou o sonho de criança e recebeu a ordenação sacerdotal. No mesmo ano, no dia 9 de novembro celebrou a sua primeira missa na igreja Matriz de São Miguel, em Dois Irmãos.

 

PUBLICAÇÃO DE LIVROS

O padre Paulo além das atividades que exerce como sacerdote, também é escritor. Já publicou sete livros, A Vida a Vida, Fica Livre da Tua Doença, O Segredo dos Alimentos na Bíblia, Cuidando da Vida de Crianças, Cuidando da Vida Com as Plantas de Deus, Escolhe a Vida Para Que Vivas, Dai-lhes Vós Mesmos de Comer e, o último, Confidências, Experiências e Vivências.

 

A CRIAÇÃO DO CEDIPAVI

 

No dia 28 de março de 1999, o padre Paulo concluiu uma obra que ficaria marcada na sua carreira, a construção da pastoral do Centro Diocesano de Apoio a Vida, o CEDIPAVI, em Novo Hamburgo. Lá, realiza trabalhos de saúde alternativa. Nesse projeto, a equipe do Padre leva mais qualidade de vida para as pessoas, a partir de tratamentos preventivos, com alimentação orgânica e terapias diferentes das industrializadas. O CEDIPAVI atende públicos de baixa renda e pessoas que desejam uma vida mais saudável.

O Padre com a sua máquina de escrever Olivetti (FOTO: Arquivo Pessoal)

 

MEMÓRIAS DE SOLIDARIEDADE

O padre Paulo guarda na memória o surgimento da igreja São Miguel e das demais que foram sendo construídas nos bairros de Dois Irmãos. Conhece quase todas as pessoas que deram suporte para a construção de todas as capelas da cidade.

A igreja Matriz de São Miguel foi construída depois de uma longa caminhada da comunidade. Começou com o Padre Valentin Weschenfelder que visitava todas as famílias em Dois Irmãos. Durante esse tempo, todos os dias, ele marcava uma rua por onde ele passava e arrecadava donativos para a construção da capela. Além disso, eram realizadas festas no Santa Cecília e venda de rifas. A partir desses eventos e da doação dos habitantes, o padre conseguiu o dinheiro necessário.

Construção da igreja Matriz de São Miguel (FOTO: Arquivo Pessoal)

Já as capelas dos bairros foram construídas por iniciativa do padre Luiz Pedro Wagner, por volta dos anos 1980. Luiz começou a fazer missões nessas localidades que não havia igrejas. O objetivo dele era incentivar a comunidade local a se reunir para construir suas próprias capelas, a fim de não concentrar tudo, apenas, no centro. Era uma forma de melhorar o atendimento dos padres nos bairros do município.

Para o padre, a construção de uma comunidade católica, bem como suas diversas capelas e salões, foi possível por causa do grande espírito de solidariedade que as pessoas tinham na época. Todos se ajudavam e se preocupavam com o próximo, o que não acontece com tanta frequência hoje. As pessoas se uniram para conseguir construir a sua igreja. Os valores que se tinham no passado não existem mais. Um deles era de que todos se conheciam. “Eu conhecia todos os moradores que viviam na avenida São Miguel,” disse o padre.

As missas aos domingos eram o ponto de encontro das pessoas. Depois que acabavam as orações os fiéis ficavam conversando, trocando ideias, fazendo negócios, resolviam problemas que porventura surgiam na semana, das dificuldades, de um animal ou pessoa doente.

Pe e seus irmãos trabalhando na propriedade da família (FOTO: Arquivo Pessoal)

.

.

*VEJA MAIS REPORTAGENS DO ANIVERSÁRIO DOS 63 ANOS DE DOIS IRMÃOS NO SITE DO JORNAL, NA EDIÇÃO ONLINE E NO IMPRESSO QUE JÁ ESTÁ NAS RUAS.

 

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.