Obra de artista plástico valoriza ponto turístico Belvedere em Morro Reuter

 

Cópia do trabalho de Flávio Scholles foi estampada no local

A exuberância das cores da obra ‘Situações Poéticas’ da série Recordações, de 1991, do artista Flávio Scholles, refletidas pelo sol no receptivo turístico Belvedere, em Morro Reuter, desvendam a força e a beleza do objeto de arte sobre a autenticidade do morador local.

Scholles doou a obra para a Prefeitura e uma cópia foi impressa e estampada em um espaço no Belvedere, que foi inaugurado no dia 24 de março, nas comemorações de aniversário da cidade.

O artista, nascido na localidade de São José do Herval, em Morro Reuter, descendente de uma princesa francesa que morava no Travessão Rubenich, em Dois Irmãos, e um tataravô oficial da guarda pessoal do Napoleão Bonaparte, conta que a aptidão para o ofício veio da família. “Minha mãe sempre dizia que meu dom para a arte vinha dá minha tataravó.”

Hoje, o renomado artista tem mais de 8 mil quadros que produziu espalhados pelo mundo. Além disso, em seu ateliê, em São José do Herval, estão armazenadas mais 2 mil obras que produziu. Ademais, durante 20 anos, também teve ateliês na Europa: Alemanha, França e Bélgica, atravessando 42 vezes o Atlântico.

Scholles, formado em belas-artes, licenciatura em desenho e plástica, iniciou sua trajetória acadêmica na Ufrgs e encerrou na PUC- Campinas em São Paulo.

 

Trabalho é reconhecido mundo à fora

 

Flávio Scholles expôs na reinauguração do espaço cultural da Câmara dos Deputados Federais da Alemanha. O quadro do fórum europeu ‘Um indivíduo procurando as raízes’, de 4×2 metros, também é seu. A obra mais famosa é o Cristo de mãos vazias, a qual foi levada para Nova Zelândia, onde foi escolhida pelo sínodo das igrejas cristãs uma das obras mais belas do mundo sobre Cristo.

No Brasil, o artista também tem protagonismo pelo seu talento e criatividade, onde se consolidou no meio com trabalhos de grande desempenho.

“Fiz o Monumento ao Sapateiro, em Novo Hamburgo; as obras Sapato como Alimento, Os Cabeça de Cepa, A Teia, O Curtimento, entre outras que receberam destaque. Minha inspiração para artes plásticas vem dos vitrais da Igreja de São José do Herval, cujos foram importados da Alemanha nos anos de 1920. Eu via esses vitrais e me impressionava com eles, por isso até hoje utilizo os traços pretos nos contornos das formas dos meus quadros”, conta Flávio, que também revela que sua primeira obra de arte fora a reprodução de uma estatueta do Padre Reus.

“A única vez que havia visto uma coisa de arte foi quando a minha irmã e seu namorado, que era professor no Herval, foram a Novo Hamburgo, na Casa Cavasotto, para comprar uma estatueta do Padre Reus. Então falei porque vocês pagaram pela estatueta se sei fazer isso. Peguei um pedaço de madeira e com o barro fiz uma estatueta do padre igualzinha. A minha mãe deixou ela secar debaixo da árvore de caqui e, após retirar o pão do forno, colocou-a para queimar. Essa foi minha primeira obra de arte, que existiu até pouco tempo.”

Hoje, feliz pelo que a vida lhe deu, Scholles recorda a conversa que teve com seu irmão, que fez vestibular para agronomia: Flávio, fazer belas-artes para pintar quadrinhos! Tu és tão inteligente por que não fazes veterinária ou medicina? Tu vai é passar fome! O tempo passou e agora tenho uma fortuna em quadros. Então aconselho: faça na vida o que te dá prazer!”, finaliza Flávio Scholles.

 

Ateliê

O Ateliê de Flávio Scholles fica na VRS-873, km 7, número 98, na localidade de São José do Herval, em Morro Reuter. O espaço abre para visitação aos sábados e domingos das 8h às 11 h e com agendamento prévio. Contato: (51) 99676-0309.