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Pais questionam aumento na mensalidade da FADI em Santa Maria do Herval

29/12/2022 - 10h27min

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Pais de crianças que estão sob os cuidados da Fundação Assistencial de Dois Irmãos (FADI), no bairro Amizade, procuraram a reportagem questionamento o aumento na mensalidade para o próximo ano. O valor do boleto referente ao excedente das sete horas passou de R$ 196 para R$ 298.

Eles questionam o fato destes R$ 102 de diferença serem desproporcionais aos demais reajustes praticados no mercado.

A FADI assumiu em julho do ano passado, integrando o plano de zerar a fila histórica na Educação Infantil do Município – o que de fato aconteceu.

O QUE DIZEM OS PAIS?

Vando Wingert

“Isso influencia bastante, agora final do ano tem IPVA, tem material escolar. Alguns pagam aluguel e o mercado está caro. Tudo aumentou mas não a este ponto, mais de 50%, isso já é um certo exagero na minha opinião. Aí se não fizermos nada, nada impede que farão isso de novo no ano que vem.”

Daniezer de Abreu Ricardo

“Nós ficamos estarrecidos e indignados com o aumento absurdo da mensalidade. Era esperado um reajuste de R$ 30 ou R$ 50, o que já seria demais dentro de um orçamento apertado que é o salário-mínimo. É importante que se entenda ser um aumento justo e que seja geral no município, pois não pode ser cobrado por ser creche particular, uma vez que foi terceirizado pelo município e não a pedido dos pais. O mesmo valor cobrado das unidades de creche do município terá de ser com a creche do bairro Amizade, atendido hoje pela FADI.”

Luciane Klock Werle

“Foi um aumento de vez, R$ 100 na mensalidade. Não sei porquê aumentar tanto. Acho que a Prefeitura não está mais ajudando, está ajudando com R$ 30 só, sendo que no começo ia ajudar com R$ 100. Assim não dá, em Boa Vista é só R$ 170 que os pais precisam pagar, e aí é creche da Prefeitura. R$ 198 estava bom para nós, dizem que a FADI é um pouco melhor que da Prefeitura. É muito aumento para nós, imagina quem têm duas crianças. E eu sou sozinha, então isso é pesado.”

Daniel Schuh

“Pelo que eu sei, quando a FADI assumiu na Vila, a proposta da prefeita era de que seria uma creche municipal somente administrada pela FADI, mas os valores seriam iguais aos do município. Neste período eles estavam pagando R$ 170 e nós R$ 196, não é um problema. Mas agora sem mais nem menos vem um aumento de 50%, isso eu acho muito.

Eu não sei o contrato que eles têm, mas creio que não seja de aumentar sem A nem B, pelo fato de nenhum dos colabores, pais que têm crianças na creche, ter ganho 50% de aumento.

O município tem o dever de fornecer creche, e pais que queriam levar os filhos para o Centro e Boa Vista, receberam a resposta de que não teria vaga e são obrigados a deixar aqui na Amizade pelo valor.

A questão principal, em nome de todos os pais, é qual a justificativa de aumentar 50% em relação a FADI. A prefeitura, quando fez o contrato com os pais, não mencionou isso. Basicamente os pais são “reféns” de um sistema que eles aplicam e os pais não tem como agir em relação a isso.

Se for creche municipal, preços iguais pra ambos ou arruma vaga nas outras creches para os pais que quiserem trocar.”

O que explica este valor?

A reportagem entrou em contato com a FADI. Foi explicado que para o próximo ano teve um reajuste de R$ 38, da seguinte forma: em 2022 o valor pelo excedente das sete horas era de R$ 296 e, para 2023, passou a ser de R$ 334.

Mas por que estes R$ 102 a mais?

A Prefeitura de Santa Maria do Herval é a única que paga além do excedente das setes horas – que é a obrigação prevista em Lei – para a Fundação. De acordo com a prefeita Mara Stoffel (PDT), em 2022 o Executivo conseguiu arcar com R$ 100 a mais. Para o ano que vem, no entanto, com o orçamento mais apertado e com previsão de queda na arrecadação [assim como ocorre em todo o Estado], conseguirá ajudar com R$ 36.

O contrato com a Fundação para 2023 prevê o repasse de R$ 1.000.080,00 para 90 vagas. Ou seja, R$ 83.340 por mês que redunda em R$ 926 por criança, sendo que o valor a ser pago obrigatoriamente seria de R$ 890 – que é o que as demais cidades praticam.

Os pais que trabalham em indústrias recebem um auxílio de R$ 205 por criança, desta forma, passam a ter que pagar R$ 93 por mês. O peso maior é para aqueles pais que não trabalham em uma fábrica.