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Picada Café 31 anos: Família Kroetz investe na propriedade no Jammerthal e hoje é referência na produção de leite

18/03/2023 - 08h05min

Picada Café Vem da localidade do Jammerthal um exemplo de que dedicação e trabalho permitem que se colha bons resultados. Na família Kroetz, os irmãos Jacó Tadeu, 33 anos, Joel Antonio, 34, hoje dão continuidade a atividade dos pais, Gerônimo (in memoriam) e Ana Jurema, 73 anos, que ajuda no trabalho de ordenha. Depois de experiências longe da propriedade, trabalhando em empresa de calçados e comércio, entre outros, os irmãos voltaram à atividade decididos a fazer o negócio dar certo. A produção de leite teve início com os pais há 30 anos, mas foi suspensa em 2007. Começaram com gado de corte, posteriormente migrando para a venda de leite. Desde que Jacó e Joel retornaram à propriedade, muita coisa mudou.

“Antigamente se tratava a atividade como subsistência, hoje a gente olha como um negócio. Tem que ser grande pra poder barganhar preço e ser competitivo no mercado”, apontam os irmãos que não param de investir. Outra lição que ensinam é focar o trabalho num setor específico. “Tem que ser profissional em uma área”, diz Joel. No início da atividade, os irmãos começaram com três vacas que rendiam 40 litros de leite por dia. Graças as melhorias implementadas, hoje o plantel é de 30 vacas e a produção de 800 litros por dia. O plantel aumentou desde que Jacó fez inseminação artificial de sêmen americano (tem melhor genética holandesa) que rendeu outras 30 novilhas que já deverão estar produzindo no próximo ano, dobrando a produção. “Há dez anos tínhamos três vacas, hoje temos 60 animais. Não imaginávamos que iríamos tão longe”, comentam Jacó e Joel que têm como objetivo chegar a produção de 1.500 litros de leite por dia.

 

Mudanças incluem troca de laticínio

Entre as mudanças, a família optou por fornecer a produção para um laticínio que pagasse melhor o litro do leite. Hoje trabalham com uma empresa de Estrela e não mais com empresa do município. Essa medida, segundo eles, agregou 20% nos ganhos. Joel aponta que as exigências sanitárias e de qualidade da atividade são muito altas. “É um investimento que custa caro, tem que pensar muito como administrar”, aponta.

Segundo os irmãos, o maior desafio hoje são os terrenos acidentados da região, que não favorecem o cultivo da matéria-prima para silagem, o milho, nem mesmo a pastagem dos animais, que precisam esforço dobrado em função dos terrenos íngremes. “Aqui na região é complicado ter terra boa pra produzir com qualidade e quantidade, tudo é morro e áreas pequenas”, diz Joel. Hoje a família planta em torno de 20 hectares, dos quais quatro são próprios e o restante arrendado. Outra dificuldade é mão de obra para a agricultura. “Se acha pouco”, aponta Jacó.

 

Nova sala de ordenha entre as conquistas

A ordenha é feita por dona Ana Jurema, pela manhã e à noite. Atualmente o processo é automatizado, mas não com o que há de mais moderno, o que mudará nos próximos dias com uma nova sala de ordenha. Com essa melhoria, a ordenha que hoje leva em torno de duas horas, será feita em aproximadamente 40 minutos. Além disso, o leite não precisará mais ser levado para o resfriador. Será feito por meio da canalização que resultará ainda em menos esforço e tempo de serviço. Com a melhoria, a ordenha passa a ser feita em local mais apropriado, melhorando a qualidade do leite, além de mais rápida, permitindo que as vacas fiquem menos tempo de pé, oferecendo mais conforto aos animais.

 

Produção ampliada com investimento em sistema “Compost Barn”

De acordo com os irmãos, um dos maiores problemas da propriedade era ter as vacas no campo onde havia muito barro em dias de chuva e muitas pedras. “As vacas viviam doentes e a produção era baixa”, comenta Joel. Eles solucionaram essa dificuldade investindo num galpão chamado Compost Barn (cama de composto), que consiste em um galpão coberto e ventilado, preenchido com serragem e maravalha, onde os animais ficam o dia inteiro. À noite, essa serragem é tratada, fazendo com que os gazes oriundos da urina e fezes evaporem, se transformando em composto orgânico, e a cama volta a ficar seca, para conforto dos animais. O galpão, um investimento de aproximadamente R$ 230 mil, também conta com sistema de ventilação que além de refrescar, ajuda a secar o local. Criando um ambiente seco e bem ventilado para os animais os ganhos se mostram no aumento da produção. “Antes, no verão, a média era de 18 litros por vaca e agora chegamos a 27 litros”, diz Joel.

Os irmãos também construíram um novo galpão para guardar os equipamentos, compraram um novo trator e estão instalando 70 placas de energia solar. Além de um veterinário que orienta as atividades da propriedade, em questão de sanidade, de qualidade de alimentação dos animais, contam com orientações da Emaer, Sindicato Rural e fazem pesquisas na internet, mantendo-se atualizado. A expectativa da família é melhorar a qualidade do produto e se sobressair no setor, como salienta Joel, casado com Josiane e pai da Maria Clara, de dois meses. Os irmãos comentam que 90% da renda vem do leite, mas eles também prestam serviços a terceiros com o maquinário disponível na propriedade. Além disso, Jacó, que fez curso de inseminação , oferece esse serviço a vizinhos e demais agricultores.

 

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