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Presa por envenenar farinha de bolo que matou três pessoas da mesma família é encontrada morta na cadeia

13/02/2025 - 09h47min

Atualizada em 13/02/2025 - 10h02min

Deise foi encontrada morta nesta quinta-feira. arquivo pessoal / arquivo pessoal

A mulher presa por suspeita de ter envenenado farinha com arsênio foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira (13) na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.

Deise Moura dos Anjos, 42 anos, estava presa preventivamente desde 5 de janeiro. A informação foi confirmada pelo chefe de Polícia, Fernando Sodré.

— Ela tinha sinais de enforcamento. Vamos apurar as circunstâncias agora — afirma Sodré.

Segundo nota da Polícia Penal, a mulher foi encontrada nesta manhã, “durante a conferência matinal na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba”.

Segundo a Polícia Penal, ela estava sozinha na cela. “As circunstâncias serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias”.

Conforme a Polícia Penal, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência,  que constatou a morte.

Relembre o caso

De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde na antevéspera do Natal de 2024, quando seis começaram a passar mal após consumirem pedaços de um bolo. Um deles não ingeriu o doce. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, em Arroio do Sal, e levou para Torres, também foi hospitalizada.

Três mulheres morreram em intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada “choque pós-intoxicação alimentar”.

A prisão de Deise Moura dos Anjos

Deise é casada com Diego Silva dos Anjos, filho de Zeli, e morava em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ela está presa temporariamente desde 5 de janeiro.

Deise é suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ela está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres.

Exumação do corpo de Paulo

Após suspeitas, a polícia solicitou a exumação do corpo de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise. Paulo faleceu em setembro de 2024, sob suspeita de uma infecção intestinal, após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele por Deise.

A perícia do IGP confirmou que ele foi envenenado com arsênio, e os níveis encontrados no corpo eram letais, caracterizando envenenamento por ingestão oral.

Compra do arsênio pela internet

A polícia confirmou que Deise comprou arsênio quatro vezes em um período de quatro meses. Uma das compras ocorreu antes da morte do sogro — que faleceu por envenenamento — e as outras três, antes da morte de três pessoas que consumiram o bolo envenenado, em dezembro. O veneno teria sido recebido pelos Correios. O documento estava salvo no celular da suspeita, apreendido durante a investigação.

— A gente não tem dúvida de que se trata de uma pessoa que praticava homicídios e tentativas de homicídios em série, e que, durante muito tempo, não foi descoberta, e, durante muito tempo, tentou apagar provas que pudessem levar à atribuição de culpa a ela — afirmou a delegada regional do Litoral Norte do RS, Sabrina Deffente.

Contaminação da farinha

A investigação aponta que a farinha do bolo pode ter sido contaminada quase um mês antes do episódio fatal. De acordo com o delegado Marcos Vinícius Veloso, Deise esteve em Arroio do Sal no dia 20 de novembro, o que pode ter sido o momento em que o veneno foi adicionado à farinha usada no bolo consumido em Torres.

— As informações que nós temos no inquérito policial são de que a investigada esteve na cidade de Arroio do Sal, na última vez, no dia 20 de novembro. E, pelas informações que já foram coletadas do inquérito, nesta data, a Polícia Civil acredita que possa ter ocorrido o envenenamento da farinha que foi utilizada no bolo que foi consumido na cidade de Torres —afirmou o delegado.

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