Proximidade entre comunidade e Polícia Civil de Santa Maria do Herval

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval

O comissário Antônio Carlos Pinto, 62 anos, está em Herval há cerca de um ano. Entrou na Polícia Civil aos 19 anos e já está há 42 na instituição. É formado em Direito pela Universidade de Caxias do Sul e ingressou através da Delegacia de Ronda e Vigilância de Porto Alegre em 1979, como inspetor; teve passagem pela DP de Furtos e Roubos de Veículos e de Capturas da Capital; atuou em Bento Gonçalves, Garibaldi, Sapucaia do Sul, Canoas, Capela de Santana e, antes de vir para Santa Maria do Herval trabalhou na Delegacia da Mulher de São Leopoldo.

“Desde que cheguei, em abril do ano passado, acredito que o maior problema que encontrei foi que a DP tinha somente uma pessoa. Não conseguíamos dar um atendimento adequado, fundamentalmente, na parte da violência doméstica e algumas discussões”, explicou.

Desta forma, o policial pontua que, com a posterior vinda do escrivão João Tadeu, buscaram por mais alternativas para que DP pudesse receber melhor as pessoas. “Também trabalhamos para evitar que acumule ocorrências”.

Pinto destaca que focam em executar um trabalho voltado para a parte social, indo nas escolas, conversando com as crianças para, assim, desenvolver a conscientização sobre temas importantes.

Recentemente foram feitas algumas modificações, com setor de acolhimento – cozinha, além de deixar a Delegacia o menos possível fechada. “Claro, volta e meia ela pode fechar quando temos que ir entre dois para fazer as diligências, mas essas coisas têm melhorado bastante”.

O policial destaca a parceria do Consepro, tanto da atual como da gestão anterior. “Sempre nos dão todo o apoio, buscando solucionar problemas”.

 

O escrivão João Tadeu da Rosa, 45 anos, é formado em Direito e entrou para a Polícia Civil em 2012. Começou a atuar em Dois Irmãos e, no final do ano passado, foi lotado na Delegacia de Santa Maria do Herval.

De lá pra cá, junto ao comissário Pinto, busca estreitar a relação entre Polícia Civil e comunidade, também junto à Brigada Militar. “O que a gente quer é ajudar as pessoas. Queremos, com o tempo, colocar uma estagiária que pode atender e registrar pequenas ocorrências se eventualmente os policiais não estiverem. Em situações mais graves, ela contatará os agentes”, comenta Tadeu, explicando que, não raras as vezes, as pessoas vêm de longe para registrar ocorrências simples e se deparam com a porta da DP fechada, pois os policiais estão em diligências.

Tadeu destaca que tal como Dois Irmãos, Santa Maria do Herval é uma cidade calma, o que permite que se possa focar em determinados problemas antes que eclodam em situações mais graves – tais como a violência doméstica, tráfico de drogas e outros delitos.

Para tanto, o policial solicita que a comunidade compareça à Delegacia, não necessariamente em caso de alguma ocorrência, mas para conhecer o espaço, conversar.

No momento, a DP dispõe somente de um telefone fixo, que é o 3567-1100. Mas Tadeu afirma que estão buscando um celular para disponibilizar também um contato de WhatsApp onde podem ser repassadas informações e denúncias de forma anônima, inclusive.

Em breve, a Delegacia de Santa Maria do Herval também contará com uma sala para mediações de conflitos. O projeto já foi aprovado pela chefia de polícia. Com isso, os policiais, devidamente capacitados, poderão intermediar a solução para pequenos conflitos, sem haver a necessidade de ir à esfera judicial.