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A imprudência de motoristas que pode custar vidas em Santa Maria do Herval

05/12/2020 - 15h26min

Atualizada em 05/12/2020 - 15h46min

Miguel Cavallin é aposentado e já presenciou inúmeros acidentes e quase acidentes na VRS-873,na Vila Ferraria. (FOTO .: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Há alguns anos os moradores da Vila Ferraria sofriam com a poeira às margens da VRS-873; foi muito tempo de luta até que o problema fosse resolvido. Com a chegada do asfalto todos respiraram aliviados mas, um outro problema surgiu: a imprudência de alguns motoristas. Quem vive na lateral da rodovia relata estar temeroso e com medo 24 horas por dia. Moradores afirmaram para a reportagem que o excesso de velocidade dos veículos é constante, cuja infração estaria sendo cometida principalmente pelos próprios moradores do município que trafegam pela via, enquanto que veículos de outras cidades estariam andando na velocidade adequada.

A imprudência dos motoristas culminada à falta de sinalização na pista faz com que o trecho já tenha sido cenário de diversos acidentes, desde situações que envolveram somente danos materiais à vítima fatal. Da forma como o cenário está os moradores já temem por suas próprias vidas e, diante do reacendimento da discussão em torno da conclusão do asfalto até Gramado ficam ainda mais preocupados, pois isso acarretará em um aumento considerável no tráfego.

Solicitação é por providências urgentes

Os moradores pedem por providências urgentes antes que mais tragédias aconteçam. A principal reivindicação da comunidade é que sejam instalados redutores ao longo do trecho em ambos os sentidos. Ao mesmo tempo solicitam que sejam colocadas placas de sinalização, tanto de alerta como indicando qual a velocidade máxima. Há também a necessidade de placas referentes à entrada e saída de veículos em alguns pontos estratégicos, como na entrada para o Campo da Ferraria.

O excesso de velocidade é fato, além disso a pista é muito estreita e os moradores não tem espaço para caminhar. O fluxo mais intenso de pedestres é na parte da manhã e ao final do dia quando as pessoas se deslocam do trabalho. Não há alternativa a não ser andar sobre a pista e, volta e meia, passa um carro e “mal e mal se vê a cor, o barulho é como um estampido”, afirmou um morador. O problema é ainda mais acentuado quando se trata de crianças e idosos. Portanto, há anos os moradores reivindicam que seja construído um local adequado para os pedestres.

Outro problema tão grave quanto é a falta de sinalização na própria pista. Não há, por exemplo, nenhuma pintura na via, nem techões refletivos para orientar os motoristas principalmente durante a noite ou quando há cerração, tornando o trânsito muito complicado, ainda mais para quem vem de fora e não conhece o trecho. Todos esses problemas se estendem desde o Centro do município até a localidade de Boa Vista do Herval e, além dos problemas físicos, os moradores solicitam por fiscalização no perímetro.

Moradores estão preocupados 24 horas por dia

Miguel Cavallin, 64 anos (Créd .: Cleiton Zimer)

Precisa ser feita alguma coisa, muita gente passa aqui todos os dias. O pessoal que vêm de fora respeita, mas são os moradores do próprio município que andam muito acima da velocidade. Moro aqui há 23 anos e já vi vários acidentes, inclusive já capotaram na frente da minha casa”.

 

 

 

Valéria Maria Wobeto, 66 anos (Créd .: Cleiton Zimer)

“Moro aqui há 40 anos. Antes tinha muita poeira e, o asfalto, veio para ajudar. Agora tem essa situação da velocidade, sempre têm os que não respeitam. Os carros andam muito rápido. É preciso que seja colocado algo para que os motoristas não consigam andar nessa velocidade alta”.

 

 

 

José Inácio Schuck, 63 anos (Créd .: Cleiton Zimer)

“Nos finais de semana têm carros que chegam a passar à 120 km/h aqui. Durante a semana quando vêm os ônibus das fábricas eles não respeitam, ultrapassam mesmo tendo pessoas caminhando na rua e carros vindo no sentido contrário. É preciso alguma providência pelo bem de todos, pois passam muitos veículos aqui e o risco é enorme”.

 

 

Clarinha Olbermann, 72 anos (Créd .: Cleiton Zimer)

“As vezes quando estou na cozinha e olho pela janela quase não consigo ver a cor de alguns carros de tão rápido que passam. Tenho até medo de sair, imagina se um perde o controle ou acontece uma batida, todos ao redor podem ser atingidos. Andar na rua então, é muito complicado, é um risco altíssimo”.

 

 

 

Situação é considerada grave pelas autoridades 

Gilnei Capeletti, prefeito em exercício (Créd .: Cleiton Zimer / arquivo O Diário)

O prefeito em exercício, Gilnei Capeletti (MDB) afirmou ter sentido na própria pele o risco eminente no local, quando, no período de campanha política, caminhou pela rua. “Eu até disse para alguns que teria medo de caminhar na beira da estrada”.

Segundo ele a situação é considerada grave. “É um bairro muito habitado, pessoas caminhando, rua estreita e abuso de velocidade que, a gente sabe, é dos nossos motoristas do município”, frisou, explicando que já tiveram algumas conversas com o Daer e, que em um encontro previsto para a próxima semana irão cobrá-los novamente. “Vamos exigir que seja feita a pintura das faixas com a divisão da pista e, pelo menos, colocação de redutores porquê não tendo isso os motoristas não respeitam”, destacou, falando que “graças a Deus não deu nenhuma tragédia de alguém ser atropelado, mas, o risco é constante”.

Quanto à construção de um espaço para os moradores caminharem, Gilnei afirmou que isso está nos planos da Administração para 2021. “Principalmente no trecho do Centro até a Ferraria, que é um dos mais usados”, disse.

Diversos pedidos de vereadores já foram encaminhados ao Daer nos últimos anos, mas, nenhum surtiu efeito até o momento. Mesmo assim a situação sempre está em pauta no Legislativo.

O que diz o Daer?

A reportagem encaminhou as cobranças dos moradores para o Daer. Em nota o departamento respondeu que “o segmento está localizado no limite com o perímetro urbano estabelecido pelo município e que no trecho anterior à chegada ao perímetro urbano há dispositivos de sinalização para redução de velocidade. Em relação a espaço para os pedestres, a Prefeitura pode buscar alternativas para melhorias da infraestrutura na área urbana.

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