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Anestesista diz que agiu com ética e não negou atendimento à gestante
Dois Irmãos – O anestesista que rompeu o contrato na segunda-feira pela manhã e, à tarde, atendeu a gestante em trabalho de parto, atuava há cinco anos no hospital de Dois Irmãos. Ele relatou que os problemas de pagamentos por parte do ISEV são frequentes e que, atualmente, são três meses trabalhados sem remuneração. “Em nenhum momento deixei de ter ética ou não prezei pela vida dos pacientes. Nestes cinco anos, sempre fui comprometido com meu trabalho e meus pacientes. No entanto, devido aos atrasos frequentes, em julho, depois de uma nova renegociação, fizemos um novo contrato com o ISEV e uma das cláusulas era justamente sobre o pagamento. Se ele não acontecesse de forma certa, o serviço poderia ser rompido a qualquer momento, sem precisar de aviso prévio. Este contrato está assinado pela direção do ISEV, inclusive”, explica o anestesista.
SOBRE A GESTANTE – Ele conta que avisou do rompimento do serviço logo cedo na segunda, pouco antes das 9 horas. “Eu sabia que tinha uma gestante e pela manhã ela ainda não estava em trabalho de parto. Logo orientei que eles (direção do hospital) fizessem a transferência, mas não fizeram. Segui fazendo minhas cirurgias marcadas e, após, fui embora. Novamente, falei sobre a situação da gestante e disse que se houvesse emergência no caso, poderiam me chamar que eu não negaria atendimento. Quando me chamaram, eu fui para o hospital; não neguei atendimento. Prezo pela vida dos pacientes, mas também temos um contrato e temos vida, contas e o salário é necessário. O anestesista relata ainda que não saiu de Dois Irmãos e mostrou comprovante de abastecimento em um posto de Dois Irmãos à tarde. “Não abandonei a paciente. Eu fiquei em Dois Irmãos, não saí da cidade”.