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Banco Central eleva Selic para 15%, maior nível desde 2006
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 18, a elevação da taxa básica de juros da economia, a Selic, de 14,75% para 15% ao ano. A decisão marca uma alta de 0,25 ponto percentual – sendo a sétima consecutiva – e posiciona a Selic no maior patamar desde agosto de 2006.
Votaram a favor do aumento os nove membros do Copom, incluindo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e os diretores Ailton Santos, Diogo Guillen, Gilneu Vivan, Izabela Corrêa, Nilton David, Paulo Picchetti, Renato Gomes e Rodrigo Teixeira.
Apesar do novo aumento, o comunicado oficial indica que o ciclo de elevação pode estar chegando ao fim – mas sem sinal de recuo. Segundo o Copom, a tendência é de interrupção dos aumentos a partir da próxima reunião, de modo a avaliar os efeitos acumulados da política monetária já em vigor.
“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, informou o comunicado.
O Copom também alertou que continuará atento à evolução dos indicadores econômicos e poderá retomar os ajustes caso entenda necessário: “O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.”
Expectativas para a inflação continuam acima da meta
De acordo com o Banco Central, as expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus continuam superiores à meta estabelecida. Para 2025, o mercado projeta inflação de 5,2%, e para 2026, de 4,5%. Já a própria projeção do Copom para 2026 situa-se em 3,6%, dentro do intervalo de tolerância, mas ainda em zona de atenção.
O que é a taxa Selic
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e serve como referência para todas as demais taxas de juros, incluindo empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Seu principal objetivo é controlar a inflação e influenciar o nível de atividade econômica no país.
Ela é calculada a partir da média das operações compromissadas com títulos públicos federais realizadas diariamente com prazo de um dia útil.
O nome “Selic” deriva do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, plataforma do Banco Central por meio da qual os títulos públicos federais são depositados e negociados.