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Cartilha destaca cuidados para evitar a proliferação do mosquito da dengue
Em Nova Petrópolis o número de casos quase dobrou no ano passado em relação a 2021
Por: Gian Baum
Nova Petrópolis – A Fiocruz lançou uma cartilha que auxilia a cuidar evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, o causador de doenças como a dengue. A proposta da cartilha é fazer com que as pessoas promovam uma verificação em suas casas com uma vez por semana em um processo que leva cerca de dez minutos. A proposta é a cartilha “Dez Minutos Contra o Aedes”, publicada pelo Instituto Oswaldo Cruz em parceria com o Ministério da Saúde. O documento traz recomendações que já têm sido repassadas pela Vigilância Ambiental em Saúde do Município de Nova Petrópolis, para que a população ajude a eliminar focos do inseto com práticas simples.
A cartilha apresenta informações gerais sobre os cuidados no ambiente doméstico e um guia de ação para que a população coloque em prática, realizando checagens uma vez por semana. “O mosquito Aedes aegypti vive dentro e ao redor das nossas casas. A fêmea espalha seus ovos por muitos lugares”, destaca um trecho do material. Essa explicação sobre o mosquito viver dentro e ao redor das residências é reafirmada pelo diretor da Vigilância Ambiental, Rafael Altreiter, que destaca ainda o aumento do número de focos em todo o território do Rio Grande do Sul. Por isso, “é importante a participação dos cidadãos, porque o mosquito está dentro de casa”. A cartilha “Dez Minutos Contra o Aedes” pode ser acessada pelo site (www.ioc.fiocruz.br/dengue/folder.pdf).
PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES – A cartilha aponta diversas orientações e práticas que podem evitar a proliferação do mosquito, como a vedação de caixas d’agua, limpeza de calhas e proteção de ralos com telas. De acordo com o material, toda essa verificação pode ser feita em dez minutos e se soma a ações maiores, executadas pelos órgãos de saúde e limpeza urbana nos municípios. Entre as ações, destacam-se cuidados com galões, tonéis, poços, latões e tambores que devem ser vedados para evitar o acúmulo de água e a entrada do mosquito. Objetos que podem acumular água também devem ser eliminados. Se não for possível, os pneus, por exemplo, devem ser guardados em locais cobertos, e as garrafas vazias armazenadas com o bocal para baixo. Em quintais e áreas de serviço, os baldes devem ser guardados virados para baixo, para evitar acumular água. Já as bandejas do ar-condicionado devem ser limpas para impedir que a água fique represada. Outra opção é descartar a bandeja. É importante evitar também o acúmulo de água em bandejas de geladeira. Elimine vasos de planta, para não juntar água. É possível também mantê-los, mas com a indicação de preencher com areia e limpá-los toda semana com remoção mecânica de qualquer vestígio do inseto. No caso de plantas que acumulam água, como bromélias, é indicado esvaziá-las semanalmente virando o vaso para que escorra. Lonas que são usadas para cobrir objetos devem ser mantidas bem esticadas, para evitar a formação de poças. Já as piscinas e fontes devem ser limpas e tratadas com produtos específicos.
Por que agir uma vez por semana?
O ciclo de vida do mosquito da dengue dura em torno de sete a dez dias. “Se a verificação e eliminação dos criadouros for realizada uma vez por semana, podemos interromper o ciclo e evitar o nascimento de novos mosquitos”, informa o material. Esse ciclo de vida considera desde o ovo até a fase adulta do mosquito.
Outra questão abordada na cartilha e que é reforçada pelas equipes da Vigilância Ambiental de Nova Petrópolis é a verificação de locais pouco comuns ao mosquito. “Por isso é tão importante que as pessoas permitam a entrada dos agentes nas residências, para garantir um cuidado extra na conferência dos locais que podem servir de criadouro”, destaca a agente de Combate a Endemias, Daniela Jaeger Chaves.
Cenário epidemiológico em Nova Petrópolis
No ano passado, agentes de combate a endemias encontraram 418 criadouros do mosquito Aedes no município, o que representou um salto em relação a 2021, quando foram notificados 244 focos. Até a terceira semana de janeiro de 2023, haviam sido registrados 15 focos. Em relação ao número de casos de dengue, foi verificado aumento em 2022, sendo diagnosticadas 16 pessoas com a doença. No ano anterior não foi registrado nenhum caso. Em 2023, até o momento, não há registro de casos confirmados.