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Cuba recebe como heróis primeiros médicos que retornam do Brasil
De jaleco branco e levando bandeiras dos dois países, chegaram nesta sexta-feira a Havana, capital cubana, os primeiros 200 médicos cubanos que retornam do Brasil, depois que a ilha decidiu deixar o programa Mais Médicos em reação às críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro. O presidente Miguel Díaz-Canel, que na quinta-feira foi anfitrião do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, foi ao terminal aéreo junto com outros dirigentes para saudar os compatriotas, relatou o jornal Juventud Rebelde.
“Nas primeiras horas de sexta-feira começam a chegar à Pátria os apóstolos da saúde cubana que são #MasQueMedicos. Nossa homenagem aos homens e mulheres que fizeram história no Brasil. Bem-vindos pra casa”, tuitou Díaz-Canel.
En las primeras horas del viernes comienzan a llegar a la Patria los apóstoles de la salud cubana que son #MasQueMedicos. Nuestro homenaje a los hombres y mujeres que hicieron historia en Brasil. Bienvenidos a casa. #SomosCuba
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) November 22, 2018
“Voltamos hoje, e assim farão nossos colegas, com toda honra e dignidade do mundo. Nunca permitiremos ameaças, nem que questionem o humanismo e o profissionalismo com que atendemos nossos pacientes brasileiros”, disse um dos médicos ao Juventud Rebelde, ao desembarcar.
Bolsonaro condicionou a permanência dos médicos a uma revalidação de seu diploma e a contratos individuais com o governo brasileiro, que lhes permita receber o salário integral, assim como liberdade para levarem suas famílias para o Brasil.
Cuba paga a seus médicos no exterior 30% do que recebem por seu trabalho, mantém seu posto de trabalho e salário na Ilha e dedica o restante dos recursos ao orçamento público, sobretudo, para o apoio de um sistema de saúde gratuito e universal para seus cidadãos.
A exportação de mão de obra profissional é a primeira atividade da economia cubana, que proporcionou mais de 10 bilhões de dólares anuais ao orçamento estatal. Esse montante baixou consideravelmente nos últimos anos, porém, devido à crise da Venezuela, onde trabalham milhares de médicos cubanos.
Desde que a decisão de Cuba foi anunciada, a imprensa local faz uma intensa campanha sobre o tema com fortes acusações contra Bolsonaro.