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Dr. Ladislau Cochlar Junior atuou por muitos anos na Defensoria Pública

16/08/2019 - 13h00min

Atualizada em 19/08/2019 - 09h35min

Dois Irmãos – Na manhã desta sexta-feira, 16, veio a óbito o Dr. Ladislau Cochlar Junior, Defensor Público aposentado, de 79 anos. Ele estava internado em Porto Alegre. O velório está acontecendo na Capela 2 do Crematório Metropolitano, em Porto Alegre, e segue até às 19h.

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Logo em seguida vai acontecer a cerimônia de cremação. Ladislau deixa enlutadas duas filhas e cinco netos, além de demais familiares e amigos. A esposa, Nicia Chiarello Cochlar, havia falecido em maio deste ano.

No mês de agosto de 2018 o Dr. Ladislau Cochlar Junior, Defensor Público aposentado, deu uma entrevista à ADPERGS (Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul). Confira a entrevista, na integra, a entrevista concedida na época:

A carreira do Dr. Ladislau Cochlar Junior, começou de maneira inusitada, quando decidiu cursar Direito devido a uma contrariedade às pessoas que o aconselhavam, e diziam: “que ideal não enche barriga”. “Eu achava que a advocacia era uma missão, ao contrário do que me diziam estes pessimistas. Cursei Direito e não me arrependo, faria tudo novamente”, explica.

Natural de São Luiz Gonzaga, Ladislau estudou em Passo Fundo, iniciando sua carreira  na Comarca de Cerro Largo como Solicitador Acadêmico – cargo de estudante de Direito habilitado a exercer funções de procurador, com certas limitações, previstas por lei. Ele conta que estudava processos antigos e concluídos, sob orientação do então escrivão, Octávio de Oliveira Sanches, para buscar experiência, já que naquela época não haviam estágios. “Os códigos passaram a ter uma outra feição para mim. A partir da prática, comecei a entender mais como as coisas eram”, explica. Logo recebeu sua primeira nomeação como advogado dativo, em ação possessória. Assim, seguiu atendendo às comarcas de Cerro Largo, Roque Gonzales, São Paulo das Missões e Porto Xavier.

Logo em seu terceiro mês de trabalho, foi chamado pelo Juiz Substituto  para fazer um júri em Guarani das Missões. “Mais assustado do que com coragem, fui. Fiz a defesa segurando e desengatando o encosto de uma cadeira. A absolvição da ré atribuo até hoje à Santa Rita de Cássia, Santa das Causas Impossíveis”, comenta.

Em 1982, surgiu um convite vindo do Procurador Geral do Estado, Mario Cesta, para ser assistente judiciário, cargo que Ladislau aceitou.

Por sempre estar ligado a aspectos sociais e depois de ter muitas dúvidas em relação a seguir ou não na Defensoria, em 1994, assumiu como Defensor Público. Ele comenta que, no início, trabalhava em Dois Irmãos, sendo também designado para a Vara do Júri de Novo Hamburgo e a Comarca de Sapiranga.

Sem sala e com carro pessoal, tendo que investir do próprio bolso para conseguir atender as Defensorias, conta que sempre viu esta fase como um momento de adquirir conhecimentos, apesar das dificuldades enfrentadas: “Foi um tempo de aprendizado. Sofrer nos faz amadurecer e é por isso que hoje eu valorizo muito a Defensoria. Enfrentamos muita coisa naquela época, e esta experiência é extraordinária”. Dali em diante, passou a participar das atividades da ADPERGS.

Depois de atuar como vice-presidente da Associação entre 1995 e 1998, Ladislau assume a presidência em 1998, permanecendo no cargo até 2002. Paralelamente a isto, em 1999, Roberto Gonçalves de Freitas, do Piauí, assume a presidência da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), e Ladislau assume como vice.

Durante sua gestão, foi alcançado o primeiro concurso público para a carreira de Defensor Público, e a criação do estatuto da classe. O então Presidente da ADPERGS conta sobre a alegria de receber cada turma formada, afirmando que “a Associação estaria firmada na constelação jurídica do Rio Grande do Sul no dia em que os concursados assumissem a sua direção”.  

Atualmente aposentado, o Defensor conta que decidiu cuidar mais da saúde e se dedica ao artesanato com cerâmica. Ainda trabalha com causas relacionadas à assistência judiciária. “Eu tenho preocupações com o progressivo andamento do judiciário. Mas me entusiasmo com o que tenho visto com a Defensoria, que evoluiu muito. Ainda dá para acreditar.”

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Confira no vídeo a entrevista que Dr. Ladislau Cochlar Junior concedeu à Associação das Defensoras e dos Defensores do RS em agosto de 2018.

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