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Homem que atuava em Caxias é preso suspeito de golpe envolvendo cidadania italiana

18/09/2019 - 13h57min

Atualizada em 18/09/2019 - 16h22min

A Polícia Civil prendeu preventivamente Robert Delazeri, 39 anos, conhecido como Martini (sobrenome da mãe dele) em Piracicaba (SP) na noite desta terça-feira (17). Ele tinha um escritório em Caxias do Sul e prometia assessoria especializada para obtenção da cidadania italiana. Segundo a investigação, ele lesou, em um período de três anos, 50 pessoas no Rio Grande do Sul. O prejuízo das vítimas é estimado em R$ 1,5 milhão.

O inquérito policial é responsabilidade da Delegacia do Consumidor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Porto Alegre, mas a maioria das vítimas é da Serra. De acordo com o delegado Joel Wagner, Martini atua neste ramo há anos, mas passou a não cumprir os contratos a partir de 2016. Os problemas começaram quando ele contraiu dívidas e perdeu crédito com os contatos que tinha na Europa para assessorar clientes em hospedagem, transporte, encaminhamento de documentos e até com a própria língua estrangeira. Apesar disso, continuou prestando os serviços, mas sem cumprir com os acordos com os clientes.

— Esse escritório existia desde 2012 em Caxias, mas os estelionatos começaram em 2016. Ele assinava o contrato (de assessoria especializada) com uma série de encaminhamentos a serem feitos, mas depois do pagamento, não prestava o devido apoio. Ele dava várias desculpas e aplicava uma série de artifícios, claramente para ludibriar as vítimas — aponta o delegado do Deic.

Em Caxias do Sul, pelo menos 15 vítimas se uniram e ingressaram com um processo judicial contra o investigado. Segundo a Polícia Civil, cada uma das pessoas lesadas, em média, entregava R$ 30 mil para obter, com o suspeito, esta assessoria especializada. Uma das vítimas, conforme o Deic, deixou o emprego e vendeu bens para investir R$ 100 mil em uma nova vida na Itália.

— Estas pessoas estavam preocupadas com a legalidade dos processos. Eles procuraram uma empresa com contrato para ter esta assessoria (na parte burocrática da cidadania). Pretendiam aprimorar a língua e realmente morar lá — aponta Wagner.

Segundo a investigação, algumas das vítimas chegaram a ir para a Itália, com a promessa de assessoria especializada, conforme constava em contrato assinado com a empresa do investigado, a DHG. Ao chegarem lá, no entanto, as pessoas não encontravam o que havia sido firmado no documento.

O delegado Wagner aponta que, no dia da prisão, Martini estava com passagem comprada para Milão. Ele mantém imóveis na Itália e seguia buscando novos clientes. A empresa continua ativa e, durante a detenção desta terça-feira, a Polícia Civil apreendeu contratos assinados recentemente. O escritório em Caxias do Sul, contudo, foi fechado no primeiro semestre deste ano, quando o investigado se mudou para Piracicaba. A investigação apura se Martini ainda mantinha representantes na Serra.

O alerta da polícia é para que as pessoas busquem a cidadania por meio do consulado italiano, ainda que seja mais burocrático e demorado. Em caso de já ter sido lesado por este ou por esquema semelhante, o Deic orienta que procurem a delegacia mais próxima. A polícia também disponibiliza o telefone 0800 510 2828 para contato.

A reportagem tenta contato com a defesa do suspeito para contraponto.

Fonte: Pioneiro

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