NP 68 ANOS: A histórica Feira de Inverno que abriu o caminho para os eventos culturais chega a 50ª edição

Em 1972, sob o palco instalado na avenida, Nova Petrópolis festejou o folclore pela primeira vez

Quem viu o sucesso da Feira de Inverno de 1972 com certeza sabia desde aquele momento que o evento chegaria longe e se tornaria grande. Não que não fosse, afinal, a Feira de Inverno de 72 recebeu tanta gente que faltou água e comida. Também, foi a primeira vez que um evento de Nova Petrópolis passava na TV, que em muitas casas nem “a cores” era ainda. Nova Petrópolis e sua cultura estavam sendo levados para todo o Estado.

Multidão na Av. 15 de Novembro em uma das primeiras edições do Festival, na década de 1980 (Créd. FESTIVAL DE FOLCLORE/ARQUIVO)

A Feira ocorreu nos dias 7 e 8 de julho, mês que hoje já é aguardado pelos folcloristas. O palco foi montado em uma das faixas da Av. 15 de Novembro, praticamente em frente de onde fica o Monumento à República. Além do palco, a cidade já começava a pensar em seu comércio que viria, inclusive, a ganhar eventos próprios. Já na primeira edição da Feira, doze tendas foram instaladas e nelas foram vendidos tapetes, malhas e artesanato em geral. Esses setores ainda existem e são importante para Nova Petrópolis, além de continuar com seus espaços após 50 anos.

A Feira foi aumentando e a parceria junto a Secretaria de Turismo do Estado, iniciada lá na primeira edição, fez grandes nomes se apresentar em Nova Petrópolis, como o tradicionalista Paixão Côrtes (1927-2018). A feira foi mudando e logo se tornou Festival Alemão e, somente depois, ganhou o nome que conhecemos: Festival de Folclore.

Após mais de dez anos ocorrendo na Praça, o festival foi levado para a Aldeia do Imigrante em 1985 e neste ano também foi ampliado e passou a acontecer em dois finais de semana. A década de 80 teve grandes avanços para o evento que incrementou em 1986 o Baile de Escolha da Rainha, que elegeu Jaci Zimmermann, do grupo de danças folclóricas alemãs Pommertal, da Linha Temerária. Nessa década também começaram a marcar presença mais forte grupos de fora, ainda da região, mas que traziam culturas diferentes da germânica e levavam ao palco o folclore dos imigrantes poloneses e italianos.

Ingresso para o Baile de Escolha da Soberana de 1986 (Créd. FESTIVAL DE FOLCLORE/ARQUIVO)

Entre 1998 e 2007 aconteceu o Baile do Rei e Rainha infantil, dedicado às crianças integrantes de grupos de dança. Era mais uma atração e uma competição saudável entre os pequenos folcloristas. Em 1999 aconteceu outra grande mudança quando o festival passou a ser realizado no Centro de Eventos, lugar construído para abrigar eventos deste porte.

Já o novo milênio reservou novas mudanças para o principal evento cultural do município. Já consolidado no Estado, o Festival incrementou o ‘Internacional’ no nome, mostrando estar cada vez mais aberto a receber visitantes. E assim foi. Paraguaios, mexicanos e argentinos participam praticamente todo ano, que conta com grupos que vêm de outros continentes para se apresentar no palco do folclore.

As comemorações de 50 anos deveriam ocorrer em 2022, mas a pandemia fez a edição de 2020 ser online e não contou como edição. No ano passado foi realizada a 49ª edição do evento nas datas coincidentes com o aniversário de 50 anos. As cinco décadas do evento criado para fomentar o turismo em Nova Petrópolis serão comemoradas neste ano em um evento a altura do que o Festival representa para artistas, comerciantes, visitantes e toda a comunidade do município.

A EDIÇÃO 50 TERÁ NOVIDADES

Serão nove grupos nacionais e nove internacionais, além dos seis regionais e dos 30 grupos da cidade

Agrupación Folklórica Aires de Siecha, da Colômbia (CRÉD. MAURO STOFFEL/FIF/DIVULGAÇÃO)

A edição de número 50 do Festival de Folclore já está sendo planejada. O início será dado em abril, quando será conhecida a nova corte do Folclore Alemão. O lançamento está previsto para junho, quando serão divulgadas algumas das atrações deste ano. Cândida Maldaner, do Departamento de Cultura, explica que neste ano, além de grupos que marcaram a história do Festival, também serão convidados grupos inéditos que farão sua primeira participação no FIF. “A expectativa é grande. Teremos novidades, como desfiles diferenciados, além do lançamento do selo de 50 anos”, revela Cândida. “Também teremos o aumento de seis para nove grupos, nacionais e internacionais”, adianta. Os grupos passaram por uma pré-seleção e agora estão sendo convidados e, até junho, as atrações devem ser divulgadas.

Ballet El Trebol, da Argentina (CRÉD. MAURO STOFFEL/FIF/DIVULGAÇÃO)

Além disso, o evento poderá ter uma grande novidade que é um show nacional em comemoração aos 50 anos do Festival. Os detalhes ainda estão sendo discutidos e possivelmente, além deste show, também será realizado um Baile de Aniversário durante o Festival.