População idosa deverá triplicar

Por Sérgio Luiz Scarpato

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final de julho de 2018 mostraram um aumento da população idosa no país, o que já se sabia desde o último levantamento idêntico realizado há cinco anos. O que está surpreendendo é a velocidade e a intensidade com que essa tendência vem afetando a demografia da população, o que coloca a discussão da Reforma da Previdência na pauta central do próximo Presidente da República. Entre 2018 e 2060 haverá um aumento médio anual de 1,1 milhão de pessoas que passarão a ter mais de 60 anos de idade e isto é muito intenso e muito rápido em relação ao que vinha acontecendo até agora.

Atualmente a população em idade economicamente ativa (15 a 64 anos) e o grupo de idosos é de 7 para 1, ou seja, 7 trabalhando para um aposentado. Em 2060 essa relação deverá cair para 2 trabalhando para cada um aposentado.

A população acima de 60 anos saltará dos atuais 28,5 milhões em 2018 para 73,5 milhões em 2060. Se considerado o grupo acima de 65 anos, haverá uma triplicação nos números dos atuais 19,2 milhões para 58,2 milhões. As projeções indicam que o grupo de idosos representará 25% da população total do país em 2060.

O grupo acima de 65 anos crescerá a uma média de 2,7% ao ano no período do estudo. Já a população com idade acima de 80 anos de idade, aumentará a uma taxa média anual de 3,7%, o que fará quintuplicar o grupo de octogenários no Brasil até 2060. Enquanto os níveis de idosos crescem nessas velocidades, a população total crescerá a uma média anual de 0,2%. Para agravar ainda mais a situação, a população ativa entre 15 a 64 anos, já está começando a apresentar queda desde o ano passado.

A realidade acima traz números alarmantes, que mostram a necessidade urgente de uma reforma estrutural no sistema de previdência do país, cujo déficit que já é bilionário há muitos anos, tende a agravar-se muito agora em diante.