Conecte-se conosco

Notícias

Morador de Morro Reuter é condenado a 12 anos de prisão por duplo homicídio no trânsito

03/04/2025 - 18h10min

Atualizada em 03/04/2025 - 18h23min

Júri aconteceu nesta quinta-feira no Fórum de Dois Irmãos (FOTO: Bruno Wingert)

O morador de Morro Reuter, Fábio Luís Oberherr, 44 anos, foi condenado a 12 anos de prisão pelo duplo homicídio de trânsito ocorrido em 15 de outubro de 2009. A defesa do acusado vai apelar da decisão e ele seguirá respondendo em liberdade.

O julgamento aconteceu nesta quinta-feira (3), no Fórum de Dois Irmãos, sendo presidido pelo juiz da Comarca Miguel Carpi Nejar. A decisão foi tomada por 4 votos a 3 pelos jurados. O Conselho de Sentença, composto cinco mulheres e dois homens, acolheu a tese do Ministério Público, entendendo, por maioria, que Fábio assumiu o risco de matar ao dirigir embriagado e em alta velocidade.

No dia do acidente, Fábio voltava de Novo Hamburgo com outros cinco amigos dirigindo um GM/Omega. Na BR-116, entre Morro Reuter e Dois Irmãos, perdeu o controle do veículo vindo a colidir contra uma árvore, resultando na morte de dois passageiros: Ademir José Honig, de 39 anos, e Mauri Jair Krewer Hertz, de 28, além de deixar outros três feridos, sendo um deles com sequelas permanentes. Fábio, na época, tinha 28.

Durante o julgamento, a acusação, representada pelo promotor de Justiça Wilson Grezzana, sustentou que o réu assumiu o risco. “Ele não queria matar os amigos, mas a partir da sua conduta assumiu o risco e causou a morte”, frisou.

Promotor Wilson Grezzana mostrou garrafas de álcool que teriam sido arremessadas no mato por Fábio no dia do ocorrido. (FOTO: Bruno Wingert)

Fábio disse no plenário que sofreu um AVC hemorrágico em outubro de 2023. Afirmou que, por conta disso, está sem trabalhar desde então. Ele foi defendido pelos advogados Pablo Schabarum e Maria Eduarda Vier Klein, que tentaram a condenação por homicídio culposo, quando não há intenção.

O réu alegou que o acidente foi causado por aquaplanagem devido à pista molhada e afirmou que havia consumido apenas dois a três copos de cerveja antes do ocorrido. Ele também mencionou a presença de neblina e chuva leve no momento do acidente

Durante a apresentação da acusação, Grezzana também mostrou provas de que o veículo parou a 38 metros do ponto de impacto e que Fábio tentou ocultar indícios de seu consumo de álcool ao jogar no mato uma bolsa térmica contendo uma garrafa e uma lata de cerveja vazias.

O juiz Miguel Carpi Nejar, ao proferir a sentença, considerou atenuante o fato de Fábio ter sofrido um AVC. No entanto, ele não aplicou atenuantes relacionadas à confissão, pois Fábio afirmou não ter agido com dolo.

Com a decisão do júri, Fábio foi condenado a 12 anos de prisão em regime inicial fechado. A defesa irá recorrer ao Tribunal de Justiça de Porto Alegre e, enquanto isso, o acusado permanece em liberdade.

O réu, que estava presente no julgamento acompanhado de sua mãe, demonstrou grande emoção ao final de seu depoimento, reiterando a dor que sente pelo ocorrido e a culpa que carrega.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.