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Polícia

Momentos de terror: morador perde quase R$ 4 mil no golpe do falso sequestro em Dois Irmãos

30/01/2023 - 18h12min

Atualizada em 30/01/2023 - 18h49min

Imagem ilustrativa.

Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos / Morro Reuter – O telefone toca altas horas da madrugada interrompendo o sono e, do outro lado, alguém está dizendo que o filho foi sequestrado. A postura do suposto sequestrador é firme, a voz com entonação de ameaça deixa pouco tempo para pensar no que fazer, a não ser, seguir as ordens dadas por ele para que tudo termine bem.

Foi o que uma família do bairro Floresta passou na madrugada de domingo, 29, por volta das 3h30 da manhã. Perderam R$ 3.800 para os estelionatários e, somente depois de tudo consumado, perceberam que caíram no golpe do falso sequestro.

De acordo com o registro da Brigada Militar (BM) que atendeu a ocorrência, a vítima recebeu a ligação de um número privado informando que o filho havia sido sequestrado.

Disse que a todo momento estava sendo monitorado pelo criminoso, que ordenava o que e como fazer. Pediram dinheiro em espécie apontando o local que deveria deixar a quantia.

A ordem era deixar R$ 3.800 na rotatória da Av. Irineu Becker com a rua São Leopoldo.

E assim o fez. Deixou a quantia no local e, logo em seguida, percebeu que um veículo de cor branca parou e apanhou o dinheiro.

Depois disso a vítima ligou para o filho, que reside em Morro Reuter, que de nada sabia e, a todo momento, estava em casa.

Controle emocional das vítimas é decisivo

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia Civil. O delegado Borba disse que, por ora, não será divulgado nada sobre a investigação, mas fez um alerta: “A orientação é jamais efetuar qualquer pagamento, sequer demonstrar tendência a promover qualquer transferência. Manter a calma, procurar ajuda policial, sempre desconfiar de que pode se tratar de um golpe, principalmente nestes moldes, em que o criminoso simulava ter sequestrado alguém, conduta em desuso no mundo do crime, pelas dificuldades de logística, penas altas e risco de confronto policial.

Borba destaca que os criminosos estão migrando para os delitos de estelionatos, em razão da pena baixa, dificuldade de esclarecimento completo da autoria, risco zero de confronto, além da tradicional impunidade (prescreve rapidamente).

Nossa experiência revela que o descontrole emocional das vítimas contribui decisivamente para o sucesso do estelionatário. Se a vítima conversasse com qualquer pessoa antes de agir, reduziria a chance de ser enganada, e se procurasse auxílio policial, certamente não sofreria prejuízo”, finaliza o delegado.

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