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Polícia

Polícia prende homem que matou casal de Estância Velha por R$ 1 mil

02/05/2024 - 20h26min

Atualizada em 02/05/2024 - 20h40min

Estância Velha – A Polícia Civil efetuou na quinta-feira (2), a prisão do responsável por executar o casal Antônio Sérgio Gonçalves Júnior, de 50 anos, e Maura Raquel Frasão Gonçalves, de 45 anos, em janeiro, em frente a residência onde moravam, no bairro Floresta. Também foi preso outro mandante.

O executor do crime, que cobrou na época R$ 1 mil, tem antecedentes por homicídio qualificado, tráfico de drogas, violência doméstica, ameaça, furto qualificado, roubo qualificado, associação criminosa, lesões contra policiais, desobediência, injúria, violação de medida protetiva de urgência. Já o outro preso, tem antecedentes por furto qualificado, roubo qualificado e homicídio tentado.

Relembre o caso:

O casal formado Antônio Sérgio Gonçalves Júnior, 50 anos, e Maura Raquel Frasão Gonçalves, 45, o destino teve um final traçado por um preço: apenas mil reais.

Tudo aconteceu na madrugada do dia 10 de janeiro na rua Bahia, bairro Rincão Gaúcho, mas chegou a um princípio de desfecho com a prisão da mulher identificada como mandante e uma das executoras do crime.

A investigação realizada pela Seção de Investigação da Delegacia de Estância Velha, coordenada pelo delegado Rafael Sauthier, está desfazendo mistério que envolvia o crime. Na manhã de terça-feira, a mulher de 20 anos, apontada como a cabeça de todo o caso, foi capturada no loteamento Kephas, bairro Diehl, em Novo Hamburgo.

De acordo com o delegado, a mandante era ex-namorada do genro das vítimas fatais. Na ocasião, Antônio e Maura foram alvejados por mais de 30 tiros. O homem foi atingido por seis – cinco no peito e um no pescoço -, enquanto Maura foi ferida na perna.

Os dois foram encaminhados ao Hospital Geral de Novo Hamburgo, porém em decorrência da gravidade dos ferimentos, o homem faleceu cerca de uma semana depois, no dia 18 de janeiro. Já a mulher chegou a receber alta no dia 17 do mesmo mês, porém passou mal no final de semana seguinte e foi levada pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Getúlio Vargas, onde sofreu uma parada cardíaca e morreu.

Durante as investigações, a Polícia Civil chegou à autora e representou pela prisão, que foi deferida pela Justiça e ela foi presa nesta quinta-feira. O caso continuará sendo investigado, na tentativa de localizar o autor dos disparos.

GENRO ERA O ALVO INICIAL
Apesar de ainda estar com inquérito policial aberto para apurar tudo que envolve o homicídio, a principal resposta obtida é a motivação do crime. Conforme o delegado Sauthier, o jovem de 19 anos, namorado da filha das vítimas – que tinha 14 anos – era o alvo principal da dupla assassina.

O genro, que possui uma filha com a mandante, não aceitava o término do relacionamento e, mesmo já namorando a adolescente, enviava mensagens ameaçadoras contra a ex. Em depoimento após ser presa, a mulher informou que ele dizia que mataria ela e seus filhos, caso não reatassem o relacionamento. O jovem era tido por ela como perigoso e tem diversos antecedentes criminais.

A jovem alegou que chegou a trocar os filhos de escola, porém o homem conseguiu descobrir o local em que as crianças estudavam, assim como o horário em que elas iriam. Em posse destas informações, ele voltou a ameaçar a ex.

Supostamente preocupada, ela teria, então, tido a ideia de buscar ajuda contra um familiar preso e, através dele, recebeu o contato de um matador. A ele, pagou R$ 1 mil pela execução do ex-companheiro e, na noite do crime, acompanhou o assassino até a residência onde ocorreu o desfecho trágico para o casal, que nada tinha a ver com a situação.

JOVEM MANDOU A LOCALIZAÇÃO PARA A EX
Outro ponto elucidado pela Polícia Civil é o modo em que a mandante e o matador – que ainda não foi identificado – conseguiram chegar ao endereço. Segundo informações da criminosa, ela trocava mensagens com o ex-companheiro durante aquela noite.

A mulher informou que, mesmo ele estando acompanhado da namorada (filha do casal), conversava com ela pelo WhatsApp e, inclusive, chegou a mandar a localização. No momento da conversa, o casal jovem fazia um lanche nas Bancas, em Novo Hamburgo, mas ele dizia estar na casa “namorando”, na tentativa de causar ciúmes. A ex, entretanto, não estava interessada no que ele fazia, mas em terminar com sua vida.

O caso ainda se torna mais nebuloso, por uma triste coincidência que se tornou determinante para o duplo homicídio. Durante a volta dos namorados para casa, a moto do jovem ficou sem gasolina e, sem saber o que fazer, ligaram para Antônio pedindo por ajuda.

Foi então que o casal desceu e abriu a garagem para sair e acudir a filha e o genro. Ao abrir o portão, o matador se dirigiu ao casal, armado, e pediu pelo genro. Mesmo após informarem que não sabiam dele, o assassino insistiu e, quando Antônio tentou entrar novamente na garagem, uma rajada de tiros foi disparada contra o casal.

Mesmo diante do homem já desfalecido e da mulher baleada, a mandante, que se escondia nas proximidades, foi até o casal e perguntou novamente pelo ex-companheiro, antes de fugir com o atirador.

Diante da situação, a Brigada Militar foi acionada e se dirigiu ao endereço, assim como o Corpo de Bombeiros, que socorreu as vítimas. A Guarda Municipal também foi acionada e conseguiu localizar a filha e o genro do casal baleado.

ASSASSINA DEVE RESPONDER POR DUPLO HOMICÍDIO
Conforme o delegado Rafael Sauthier, sem a identificação do matador, o inquérito policial ainda não está finalizado. Entretanto, a tendência é de que, mesmo que Maura tenha recebido alta antes de morrer, a mandante deverá ser indiciada por duplo homicídio, já que a morte ocorreu por causa “relativamente dependente do ataque a tiros”, explica.

Além disso, além de ser mandante, ela também é considerada executora, pois acompanhava o matador de aluguel durante a execução.

JOVEM SERÁ INDICIADO POR ESTUPRO
Apesar de não ter envolvimento direto com o assassinato dos sogros, o jovem genro não deve se livrar de responder, também, por um crime cometido. Isto porque ele era maior de idade quando começou a namorar a adolescente que, na época, tinha menos de 14 anos.

Por isso, ele deve responder por estupro de vulnerável, conforme a polícia. Além disso, se comprovadas as ameaças que fazia contra a mandante, o caso também poderá resultar em denúncia. Durante a prisão, o celular dela foi apreendido e poderá ser usado, inclusive, para comprovar a tese.

 

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