Polícia
Por detalhe caminhão não atingiu bombas de combustível durante acidente em Santa Maria do Herval
Por Cleiton Zimer
Santa Maria do Herval – Um caminhão carregado com tijolos invadiu um posto de combustíveis logo após o meio-dia de segunda-feira, 30, às 12h23, no Centro.
O Ford Cargo 1729 branco, com placas de Vale Real, vinha pela VRS-873 e teria ficado sem freio na descida de acesso à cidade, adentrando direto no Posto Alles.
Com a força do impacto destruiu um carro estacionado e arrancou praticamente toda uma das paredes do prédio – que ficou com a estrutura totalmente comprometida e, certamente, terá de ser demolido.
Retirado das ferragens pelos funcionários do posto
A cabine do motorista de 37 anos, que estava sozinho, ficou toda retorcida. Apesar disso ele teve somente alguns arranhões. Foi retirado das ferragens através da porta do carona pelos próprios funcionários do posto e, em seguida, socorrido ao Ambulatório 12 de Maio por uma ambulância do Município – conforme a secretária de Saúde, Tânia Vier, levou alguns pontos e está bem.
Trabalhadores correram
Nenhum dos funcionários do Posto ficou ferido. Eles viram o caminhão se aproximando e fugiram. Depois, quando a poeira baixou, viram a mão do motorista pedindo socorro e foram correndo ajudar.
Por pouco uma pessoa não foi atingida: estava na sala (imagem) devastada e saiu de lá 15 minutos antes do impacto.
Uma motorista que vinha pela VRS contou que, um minuto antes, havia acabado de chegar em casa e, logo depois disso, o caminhão desceu desgovernado.
O estrondo do choque foi escutado de longe.
Motorista achou que iria morrer
Antes de ser levado para o Hospital, o motorista disse aos funcionários que achou que iria morrer quando percebeu que estava sem freio. No meio de todo o terror, ainda conseguiu guiar o veículo de forma a não atingir ninguém e, mais que isso, evitou de ir adiante pois, alguns metros após, está a Curva da Morte que já soma diversas vítimas fatais e dezenas de feridos.
Além disso, por sorte ou habilidade, o motorista não atingiu nenhuma das bombas de combustível, o que poderia ter causado uma explosão.
A carga de tijolos estava indo para uma obra na Vila Kunst.
Posto Alles está sem atendimento
Diante da gravidade do impacto e da estrutura comprometida, até mesmo da fiação interligada às bombas, o Posto Alles não está em funcionamento.
Na manhã de terça-feira, 31, na primeira hora, 10 funcionários da empresa do caminhão devem vir para baldear a carga de tijolos e, depois disso, será feita a tentativa de retirada do veículo com guinchos.
Se tudo correr bem, a expectativa é começar a atender entre o final da manhã e início da tarde. Porém, não há como ter certeza, pois depende da avaliação se tudo vai funcionar após a retirada do caminhão.
Temor constante e absolutamente nada é feito
O referido trecho soma dezenas de acidentes, inclusive, fatais. A descida íngreme leva diretamente para a conhecida Curva da Morte, onde várias pessoas já morreram e tantas outras ficaram gravemente feridas.
O local nem sequer possui sinalização horizontal indicando para o perigo da via, tampouco, intervenções para conter o alto índice de acidentes. O medo aumento diante da obra de asfalto que liga a Gramado que, automaticamente, aumentará o fluxo de veículos.
Há pouco tempo foi feita a recapagem asfáltica; em outubro do ano passado a reportagem questionou o motivo do Daer não ter feito a sinalização na via indicando para a descida íngreme. Responderam que “assim que o contrato de sinalização da região de Esteio for renovado, esse serviço deve se expandir para outros pontos que não passaram por obras, como a Curva da Morte.” Até agora, nada foi feito.
Olhos e ouvidos atentos
Agora imagina trabalhar naquele posto, ou morar em uma das casas que fica na “linha de tiro”. Os funcionários até já foram orientados a ficar atentos a qualquer estrondo e fugir. Da mesma forma, os moradores sempre estão receosos, principalmente, quando caminhões pesados vem pela via.
Área de escape
Uma das alternativas apontadas por parlamentares é a instalação de uma área de escape para os veículos. Mas até agora nada saiu do papel.