64 anos de Dois Irmãos: Uma vida dedicada à comunidade

A história do casal cujo propósito de vida é ajudar ao próximo

Por Nicole Pandolfo

No aniversário de Dois Irmãos, nada mais justo que busquemos histórias de pessoas que fizeram parte do seu desenvolvimento. Muitos atuam em cargos públicos ou estiveram na linha de frente de movimentos importantes, ganharam notoriedade e se destacaram nos registros do município.

No entanto, os alicerces mais importantes de uma comunidade são construídos através do trabalho daqueles que dedicam o seu tempo e energia às instituições em benefício de todos, sem esperar nada em troca, simplesmente por amor.

Anna Loni Klein e Alcido Klein são personagens importantes desta história. O casal dedicou a maior parte das suas vidas ao trabalho voluntário e, ainda hoje, aos 80 anos de idade, dispendem uma energia preciosa em benefício da comunidade.

Dona Loni, como é conhecida, conta que começou a ajudar nas festas por volta dos 13 anos. Requisitada pelos “festeiros”, participava da organização que geralmente começava uma semana antes do evento. Nas segundas-feiras, o serviço era na cozinha limpando as prateleiras e areando a louça. Nas quartas, dava-se início à preparação dos bolos e tortas. “Eu era uma toquinha, eu ajudava em tudo”, relembra com um sorriso. O serviço só terminaria no sábado de madrugada e o domingo era dia de folga, quando sobrava um tempo e, segundo ela, “dava pra namorar!”, relembra com carinho o início da relação com seu Alcido.

Depois de casados, os dois, vindos de Morro Reuter, se instalaram no bairro União em Dois Irmãos, local onde vivem até hoje. A rotina de trabalho pesado incluía lavar roupa para fora e limpar forros, no caso de Dona Loni, e serviços de pedreiro e em fábricas de calçados para seu Alcido. Mesmo assim, os dois ainda tinham tempo de fazer parte das Comissões de Festeiros. “Eram festas do seminário, grupo dos casais, o ‘meio frango da juventude’, eventos do CLJ (Curso de Liderança Juvenil)”, relembram.

RESPONSÁVEIS PELOS COMES E BEBES

“Nós sempre comandamos a cozinha”, conta Alcindo enquanto mostra com orgulho algumas fotos antigas. Nas imagens, os pratos de salada e muita linguiça, alinhados nas mesas compridas, indicavam o capricho de um trabalho feito com amor. Em todos os registros, Dona Loni aparece sorridente, sempre rodeada por muitas pessoas, amizades que construíram ao longo dos anos de voluntariado.

UMA BREVE PAUSA

A presença do casal nos eventos beneficentes foi comprometida em 2022, quando a saúde de Dona Loni esteve fortemente abalada. Por volta de maio do ano passado, ela começou a apresentar sintomas graves que a deixaram bastante debilitada. Ainda assim, fez questão de instruir amigos responsáveis por eventos enquanto ela se recuperava.

Hoje, depois de retomar boa parte da saúde, Loni se empolga com o retorno ao trabalho voluntário, ainda que a frequência não seja a mesma de antes. Ela e seu Alcido referem-se ao voluntariado como um propósito de existência, o motivo pelo qual, aos 80 anos de idade, não sentem necessidade de nada nas suas vidas. Ajudar os outros é o que os fazem plenos e felizes.