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Casados há 55 anos: sempre juntos e trabalhando incansavelmente em Santa Maria do Herval

02/03/2024 - 04h25min

Atualizada em 02/03/2024 - 09h10min

Casal aposentado da Renânia segue junto na roça (FOTOS: Cleiton Zimer)

Desde sempre foram agricultores e assim seguem

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval | Na localidade de Nova Renânia mora um casal que é exemplo de união. Casados há quase 56 anos Onivo Schmitt, 80, e Maria Terema Schmitt, 74, trabalham desde crianças na roça.

Se conheceram assim na adolescência, se apaixonaram e decidiram viver dos frutos da terra.

O amor deles gerou oito filhos, sendo uma falecida. Todos cresceram em meio aos esforços dos pais na agricultura, ajudando em casa e juntos construindo um legado.

Mesmo aposentado o casal segue na lida, unido no propósito firmado no altar há praticamente seis décadas: o de permanecer juntos, sempre, independentemente do que aconteça.

Trabalho diversificado

No final de janeiro estavam se dedicando à colheita de feijão. “Este veio um pouco melhor. Mas o anterior, e o que virá depois deste, não será bom. O clima não ajudou”, explica Onivo.

Tudo foi plantado tarde. Agosto era a época certa. Só que sempre chovia, não tinha o que fazer”, conta Maria. Há uns anos sempre vendiam muito feijão e, agora, mal e mal foi o suficiente para consumo próprio.

Onivo diz que nas redondezas também tem muitas pessoas reclamando do milho. “Precisa de calor e água. Mas lá em janeiro fez um pouco de frio e isso prejudicou”.

Eles cultivam de tudo um pouco na propriedade, inclusive atrás do galpão onde antigamente funcionava um aviário e que hoje está desativado.

Também ordenham vacas para a Cooperativa Tangará. Antes, era para a Piá.

Casal aproveitou o dia ensolarado de final de janeiro para colher feijão

Sempre na Renânia

Eles sempre viveram na Renânia. Primeiro, numa outra propriedade e depois compraram na que residem atualmente.

Antigamente a gente plantava muita batata. Dava dinheiro. Conseguimos comprar terras e criar os filhos”, lembra Onivo. “Hoje, se colher e quiser vender, tiram tudo e não sobra nada. O pequeno agricultor não consegue mais. Pensa, ninguém mais consegue comprar terras hoje como a gente fazia naquele tempo.

A batata era realmente o carro-chefe. Naquele tempo Onivo e a família em conjunto compraram duas propriedades somando 15 hectares.

O investimento nas plantações era promissor tanto que até hoje é celebrada a Festa da Batata – a Kartoffelfest. No entanto, agora a produção em massa ocorre em outros municípios, principalmente na Serra, de onde são compradas e comercializadas por empresários locais. Já não existe mais o pequeno agricultor que se mantém através do cultivo de batata.

Só pagava quem dançava

O kerb era muito aguardado na época. Se prepararam e andavam a pé até outra localidade para festejar por dias. Onivo lembra que iam para Padre Eterno Baixo em uma estrada ‘por dentro’ que hoje poucos conhecem. Era uma hora de caminhada.

Iam nas famílias e depois nos bailes. “Não tinha entrada. Só pagava para ir na pista de dança”.

Maria recorda que os bailes começavam bem mais cedo, lá pelas oito da noite, e chegavam a ir de domingo até terça-feira.

Perda

Em janeiro de 2018 o casal perdeu uma filha, Lucinha Schmitt Blume, aos 45 anos. “Ela faz muita falta, para nós, para a comunidade”, diz Maria.

Foi um período difícil para a família mas, juntos, seguem em frente.

Lucinha foi uma líder religiosa, principalmente no entorno da comunidade de Boa Vista do Herval.

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