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Desmoronamento de morro no Kaffeeck: “só de tempo de acordar o filho menor e sair correndo”, diz morador de Picada Café

14/05/2024 - 08h08min

Picada Café – Um morro, uma comunidade, anos, décadas de trabalho que podem se perder em poucos segundos, minutos. O que é temor da comunidade ocorreu na noite de domingo, 12, e levou cerca de 50 famílias aos desespero. Por uma hora os moradores as margens da Rua 25 de Julho, no Kaffeeck, começaram a sair de casa e procurar abrigos ou casa de amigos e parentes para morar. O relato desses moradores foi de estrondo, barulho de árvores e pedras caindo, um momento de pânico e incertezas na escuridão.

ALÍVIO

De acordo com a Defesa Civil, depois de muitos relatos e contatos de moradores desesperados foi feita uma averiguação da situação. O comandante dos Bombeiros Voluntários e presidente da Defesa Civil, Vilson Koch, explica que a escuridão atrapalhava e impedia que se visse os estragos. “A barreira atingiu o Arroio Santa Isabela e mudou um pouco o percurso da água. Essa escorreu pelo lado, o que foi importante porque não represou o arroio”, frisou. Diante da vistoria do local a Defesa Civil acalmou os moradores. Mesmo assim, muitos saíram de casa a título de segurança. “Essa sempre é a nossa orientação. Ir para um lugar mais seguro, um abrigo até as coisas acalmarem”, frisou.

“SÓ DEU TEMPO DE PEGAR O FILHO MENOR”

Quem reside as margens da Rua 25 de Julho não esquecerá a noite do dia 12 de maio de 2024. O jardineiro Claudiomiro Hansen dormiu cedo com a esposa para descansar e esperar por uma vida melhor, quem sabe com um dia de sol. Mas tão logo começou a desbarrancar o morro a família Hansen acordou com os estrondos e não esperou duas vezes. “Só deu tempo de pegar o filho menor que ainda dormia e sair correndo. O mais velho já estava acordado e buscamos abrigo na casa de um vizinho do outro lado que é de dois pisos”, relatou. O morador afirma que foram cerca de 15min de pânico, de barulho vindo da montanha, de incertezas devida a escuridão e de muito medo. “Tiramos os carros, o que deu para tirar. Mas, depois da vinda dos bombeiros e da vistoria, quando se viu que o arroio seguiu sem curso, ficamos mais aliviados”, detalhou.

“VEIO UMA ONDA DE UM METRO”

O morador relatou ainda que tão logo a barreira atingiu o Arroio Santa Isabela uma onda enorme foi jogada para a rua. “Aquele momento a gente achou que o arroio poderia correr todo pela estrada. Mas, graças a Deus, deu tudo certo. Só hoje (ontem) de manhã deu para perceber o estrago feito no morro e agradecer por ninguém ficar ferido”, declarou.

NO AMANHECER: O CLARÃO

A Defesa Civil não sabe precisar quanto material se deslocou com a enxurrada da noite de domingo. Nesta segunda-feira a chuva diminuiu, mas persistiu com garoa. O clarear do dia deu uma noção do estrago causado. Um clarão se abriu na mata nativa. Apesar de não ter afetado casas, a Defesa Civil segue em alerta. O solo encharcado, afirma Vilson, pode ocasionar novas quedas de material. “A orientação é que todos sigam se cuidando e, no primeiro sinal de que possa cair mais coisa, saem de casa e procurem um lugar seguro. Inclusive, a Prefeitura Municipal vai trabalhar no entorno do arroio para tirar esse excesso e tentar devolver a passagem original da água. Mas claro, isso só pode ser feito quando o terreno estiver seguro”, enalteceu.

Foto Johnny Henrique Wiest.

 

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