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Dia do Sapateiro: Há 42 anos, José Antônio dedica seu tempo a calçados em Ivoti

25/10/2024 - 09h36min

Atualizada em 25/10/2024 - 09h47min

O sapateiro trabalha de segunda a sábado em seu ofício. Fotos: Nadine Dilkin

O DIA DO SAPATEIRO É COMEMORADO NESTA SEXTA-FEIRA

Por Nadine Dilkin

IVOTI – O Dia do Sapateiro é celebrado, nesta sexta-feira, 25 de outubro, como uma homenagem a São Crispim e São Crispiniano, os santos padroeiros da profissão. Segundo a Igreja Católica, esses irmãos, que eram originários de Roma e viveram no século III, além de propagar o cristianismo, também trabalhavam como sapateiros.

O aposentado José Antônio Fröhlich, 68 anos, trabalha com calçados há 42 anos. Aos 34, decidiu trabalhar sozinho e fabricar seus próprios sapatos, no bairro 25 de Julho em Ivoti. Começou com a produção de chinelos campeiros e de inverno e depois iniciou a montagem de sapatos femininos e masculinos. “Mas, com o tempo, foi aumentando o serviço e tive que optar, e optei pelo conserto dos calçados”, explica.

Após 10 anos fabricando seus próprios calçados, optou por focar somente nos consertos dos sapatos. O sapateiro explica que na fabricação a concorrência é grande e é necessário de muito material. Além da frequente mudança de modelagem e de precisar todas as numerações.

 “Eu acertei naquela vez, há 24 anos acertei a escolha e deu certo.”

Ele diz que para consertar não precisa de muitos equipamentos. Em seu pequeno espaço de trabalho, tem a lixadeira, compressor, prensa, máquina de costura, e formas. No seu estoque possui em torno de 200 pares de formas de vários modelos e tamanhos.

Muitos clientes

“Às vezes, o cliente fica um mês esperando”, relata José. Ele conta que no inverno, entre os meses de junho e julho, a espera é de 30 a 40 dias para o conserto ficar pronto. No inverno o serviço dele aumenta em torno de 60%, sendo a maioria botas femininas.

O aposentado declara que recebe em média 20 clientes por dia e no inverno esse número chega a dobrar. “Maioria dos consertos são de sapatos femininos, em torno de 35% é masculino, o restante é feminino”, afirma.

O José conta que após a enchente de maio o número de consertos também aumentou muito, e que vieram clientes de outras cidades, como: Montenegro, São Sebastião do Caí, São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Dedicação

“Tem que gostar do que faz. Porque lidar com as pessoas não é fácil, tem gente boa e tem gente cricri”, confessa. José diz que tem clientes que tem presa e quer pular a frente. Mas insiste em sua regra de entrar na fila e esperar sua vez.

O sapateiro esclarece que o cliente traz o calçado, ele faz a avalia e dá o prazo de entrega e que 99% dos casos ele consegue resolver o problema. Além de calçados, ele faz conserto de bolsas, mochilas, malas e acessórios como: pulseiras de relógio e cintos.

José, que trabalha entre oito e nove horas por dia, de segunda a sábado, conta que continuará se dedicando na vida de sapateiro: “Enquanto eu puder vou continuar com o trabalho, talvez mais uns 30 anos”, declara.

José Antônio trabalha em uma antiga casa enxaimel

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