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Diário da Terceira Idade: Romar aos 74 anos ensina xadrez em sala de aula

02/10/2024 - 10h24min

Romar no tabuleiro disponível para os alunos fora da sala de aula. Fotos: Nadine Dilkin

A EDUCAÇÃO FÍSICA SEMPRE FOI ALGO QUE MOTIVOU O PROFESSOR

Por Nadine Dilkin

IVOTI – O ivotiense Romar Idoneu Schneider, 74 anos, é professor de Educação Física aposentado e atualmente é coordenador de xadrez no Instituto Ivoti. Ele ensina o jogo para alunos do 3º ao 5º ano, nos turnos da manhã e da tarde.

Nascido em Arroio do Tigre, Romar ingressou na Escola Normal Evangélica de São Leopoldo em 1965, aos 14 anos. Ele relata que sempre teve interesse em esportes, principalmente no atletismo. Desde o início participou de competições e teve bons resultados.

Na época a escola funcionava no sistema de internato, e nos finais de semana tinha que ter alguém que ocupasse os alunos com os jogos e Romar relata que a escola viu que ele tinha a possibilidade de fazer isso. A partir do 2º ano do ensino médio, começou a auxiliar e dar aulas de Educação Física na escola.

Em 1973, aos 23 anos, recebeu o convite para dar aulas de educação física. E assim ingressou na faculdade do Instituto Porto Alegre, por três anos. Ele começou a dar aulas na EEEB Prof. Mathias Schütz e Instituto Ivoti. O Romeu também foi o criador do Campeonato de Atletismo em 1976, que acontece até hoje.

Início do xadrez

Quando começou a trabalhar como professor, não tinha ginásio nas escolas e nos dias de chuva, uma das opções era os jogos de mesa, como o xadrez. “Os alunos gostavam muito, foi incluído nas atividades escolares, e com o interesse dos alunos foi levado adiante.” Em 1995, Romar iniciou as aulas voltadas para o xadrez na sala de aula. E há 6 anos, ele trabalha somente com as aulas do jogo.

Desde 1987 o professor tem contato com crianças regularmente. Romar aplica atividades na rua, nas lajotas dos prédios, os alunos entendem os movimentos das peças. “Isso vai ao encontro da necessidade da criança do movimento e ela adquire uma noção melhor de espaço, ela aprende correndo e bagunçando.”. Ele conta que o xadrez ajuda na atividade intelectual da criança, onde desenvolve o raciocínio lógico, a tomada de decisão.

“O xadrez é algo que tem que prender aos poucos.”

Clube e torneios

No Instituto Ivoti também são realizados torneios de xadrez, onde tem a entrega de medalhas, também uma forma de motivação para os estudantes. Além dos torneios, tem ainda o Clube de Xadrez, que acontece no contra turno nas terças-feiras, com a participação de 35 alunos.

Romar conta que percebe o incentivo dos pais “Fizemos uma vez, um torneio a noite e os pais vieram junto, sentaram ao lado do filho, com lanche e chimarrão. Também tem muito pai e avô que já foram meus alunos, e também tem o incentivo por esse lado.”

O xadrez gigante

Em 1996, Romar criou o xadrez gigante, a adaptação de peças grandes do jogo, para os alunos jogarem fora da sala de aula a qualquer momento e ter maior visibilidade. “Depois que fiz aqui, isso expandiu, para outros lugares.”

Romar sente-se de dever comprido. “No xadrez eu me sinto realizado, me sinto bem no que fiz. Já elaborei um livro e estou trabalhando em outro para passar adiante as minhas experiências que são muitas, para que elas não se percam.” Ele conta que ainda tem o desafio de colocar um livro no mercado, para que todos tenha acesso. “Não sei quando vou parar com o xadrez. Meu plano é continuar o meu trabalho enquanto eu puder.”

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