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Festival de Kerb reforça tradições germânicas em Estância Velha

03/05/2025 - 21h01min

Atualizada em 03/05/2025 - 21h02min

Renata da Silva e Jonas Batista dos Santos com a filha Maria Cecília (FOTO: Geison Concencia)

Famílias transmitem cultura, valorizam o artesanato e fortalecem vínculos durante o evento

Por Geison Concencia

Durante a 42ª edição do Festival de Kerb, em Estância Velha, famílias inteiras aproveitam para transmitir a cultura germânica às novas gerações. O evento, que ocorre entre o PAC e a Praça 1º de Maio, reúne tradição, música, dança, gastronomia e memória.

Pelas ruas e arredores do festival, é comum ver crianças vestidas com trajes típicos, em um cenário que remete às origens dos imigrantes alemães que ajudaram a colonizar a cidade.

Uma dessas famílias é formada pelo casal Allan Arnold, 38 anos, e Luana Rosa, 37, que fizeram questão de levar a filha Luísa, de apenas um ano, para participar do Kerb. “É emocionante ver a Luísa aqui. Meus pais me traziam quando eu era criança, e agora posso fazer o mesmo com ela”, comenta Allan.

Moradores de Estância Velha, Allan e Luana contam que herdaram dos pais o costume de participar da festa típica do município. “A gente quer manter viva essa herança”, completa Luana.

O mesmo espírito move o casal Renata da Silva, 34 anos, e Jonas Batista dos Santos, 36, que levam a filha Maria Cecília, de cinco anos, ao evento todos os anos.

“A tradição começa desde a vestimenta. Desde bebê, ela já vinha no colo. Hoje, entende um pouco mais, curte a música, a bandinha. Eu trabalho em Picada Café, uma cidade bem alemã, mas somos de Estância Velha e participamos do Kerb desde pequenos. É gratificante passar essa herança para os filhos”, afirma Renata.

Jonas completa: “Na escola, eu participava de danças típicas alemãs. Agora é a vez dela. Ela gosta da música, da festa. É muito bonito ver isso se mantendo.”

Museu e memória

Jovens compreendem a história no Museu do Kerb (FOTO: Geison Concencia)

Além das atrações culturais, o Festival de Kerb também é espaço para a preservação da história. Entre a Praça 1º de Maio e o PAC, está montada a tradicional exposição do Museu do Kerb. O acervo inclui os vestidos da saudosa Erna Cassel — figura marcante da cultura local — além de máquinas de escrever, utensílios de cozinha, móveis antigos e ferramentas agrícolas. Até os visitantes mais jovens se impressionam com as peças expostas.

Artesanato impulsiona renda e criatividade local

Comercialização de peças de artesanato (FOTO: Geison Concencia)

Outro destaque do festival é o artesanato alusivo ao Kerb. Canecos personalizados, tiaras, chapéus e outros acessórios fazem sucesso entre o público que quer entrar no clima da festa.

O artesanato, além de enriquecer visualmente o evento, é uma importante fonte de renda para diversas famílias. É o caso da artesã Letícia de Abreu Chavier Carvalho, 27 anos, que trabalha com produção manual de artigos inspirados na cultura germânica.

“É um evento muito importante. A demanda é grande, e isso nos ajuda bastante durante o ano. Na primeira semana, já tivemos que repor material. A venda foi significativa”, conta Letícia. Ela e o marido também atuam no setor turístico, com a criação de um trenzinho artesanal que faz passeios pela cidade.

“Tudo é feito por nós. A maior recompensa é ver as pessoas felizes usando nossos produtos. Isso nos motiva”, finaliza a artesã.

Kerb também é reencontro e celebração de amizades

Grupo Os Descarados (FOTO: Geison Concencia)

Os tradicionais grupos de camisetas são presença marcante no festival. Formados por famílias e amigos, eles se reúnem anualmente para festejar e reviver memórias. Muitos desses grupos têm mais de cem integrantes.

Entre eles está o grupo Os Descarados, há dez anos participando do evento. Um dos fundadores, Thomas Bohrer, explica:

“A origem do grupo veio de alguns casais amigos que já participavam de outros grupos e decidiram criar um só. A maioria dos integrantes são famílias. Hoje temos cerca de 120 pessoas, sem contar as crianças. O Kerb é um elo. A gente esquece os problemas e celebra nossas origens. Os grupos de camiseta têm um papel fundamental nisso.”

Programação do Festival

Sábado – 03/05/2025

  • 20h – Luiz Henrique e Renan (Palco Principal – PAC)
  • 22h30 – Banda Black Tie (Palco Principal – PAC)
  • 00h – DJ Baruffi (Palco Principal – PAC)

Domingo – 04/05/2025

  • 8h – Feira do Produtor Rural (Entrada gratuita)
  • 8h – Feira de Artesanato (Entrada gratuita)
  • 9h – Culto ecumênico de Kerb na IECLB
  • 12h – Transmissão da faixa ao novo casal de reis do Kerb, abertura do primeiro barril de chope e almoço oficial na Comunidade Evangélica (OASE – IECLB)
  • 14h – Abertura dos portões, bilheteria, espaços de comércio e alimentação, e Museu do Kerb
  • 15h – Apresentações de dança de grupos folclóricos alemães (Praça 1º de Maio)
  • 15h30 – Grupo Festerê (Palco Principal – PAC)
  • 17h – Concurso de chope em metro (Praça 1º de Maio)
  • 18h – Concurso gastronômico “A melhor cuca da cidade!” (Praça 1º de Maio)
  • 19h – Paulinho Mocelin (Palco Principal – PAC)
  • 21h30 – Os Montanari (Palco Principal – PAC)

Quarta-feira – 07/05/2025

  • 12h – Abertura dos portões e da Feira do Produtor
  • 13h – Baile da Melhor Idade com Grupo Conviver e Banda Baila Baila (PAC)

Quinta-feira – 08/05/2025

  • 13h – Baile de Kerb da APAE (Sociedade Canto Lyra)
  • 19h – Encontro de Carros Antigos – Platinados Old Club (Rua Portão, ao lado da Praça 1º de Maio)

 

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