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Região

“PIB aumentaria 20% se as vagas de emprego fossem preenchidas”

31/01/2025 - 05h30min

Prefeito Gaspar Behne pretende reduzir em 50% repasses do Bolsa Família no Município (FOTO: Divulgação / Arquivo O Diário / Érick Maia)

Lindolfo Collor reduz repasses do Bolsa Família e busca por mão de obra para crescimento da economia

Por Geison Concencia

Empresas da região e prefeituras estão em uma luta por mão de obra. Em todos os municípios de cobertura do Diário, há um grande número de vagas abertas, mas a oferta de mão de obra disponível e interessada é limitada. Paralelamente, cresce o número de beneficiários de programas sociais, levando o Governo Federal a intensificar a revisão dos cadastros municipais do Bolsa Família.

Em Lindolfo Collor, o recadastramento reduziu o número de famílias atendidas pelo programa, passando de 313 para 298, sendo uma das cidades que mais diminuiu esse percentual.

A medida se faz necessária diante das ofertas de emprego que crescem na Cidade do Tapete e Artefatos em Couro, onde muitas empresas enfrentam dificuldades para preencher postos de trabalho.

Empresas impactadas pela falta de trabalhadores
O prefeito Gaspar Behne estima que há cerca de 500 vagas disponíveis na cidade, especialmente no Grupo Minuano e em um ateliê de calçados. Conforme Gaspar, empresas são impactadas pela falta de mão de obra. “Um ateliê de calçados que trabalha para o Grupo Beira Rio poderia montar mais duas esteiras, contratando mais de 200 funcionários. Na construção civil, não é diferente, fora o agronegócio”, explica Gaspar.

O prefeito também destaca que se tivessem mil pessoas a mais no município, todos teriam uma renda. “No Grupo Minuano, a produção poderia ser 30% maior”.

Se tivessem mil pessoas a mais no município, todos teriam uma renda”

Governo alerta, mas não corrige
O próprio Governo Federal tem alertado os municípios para o recadastramento de beneficiados do Bolsa Família, diante do crescimento de empregos/economia e, ao mesmo tempo, um número elevado de benefícios sociais concedidos. Porém, o prefeito Gaspar alerta para certas fragilidades da lei que permitem esses valores altos em repasses sociais.

“Tem emprego, por isso, precisamos incentivar essas pessoas. Vamos fazer um recadastramento minucioso. Ganhará somente quem precisa. As pessoas não podem depender sempre do Bolsa Família. Elas precisam evoluir, ter uma família com carro e casa”.

Gaspar também projeta a diminuição de 50% em repasses do programa ao Município em 2025, fruto de um trabalho de permanente atualização do cadastro.

Impacto na economia local
Segundo a Associação Comercial e Industrial de Nova Petrópolis, a escassez impacta diretamente a capacidade produtiva das empresas locais, pois muitas delas não conseguem operar em sua plena capacidade devido à falta de funcionários para suprir as necessidades de trabalho. Esse déficit de profissionais pode retardar o crescimento das empresas, limitar a oferta de produtos e serviços, e até mesmo reduzir a competitividade do município em comparação a outras regiões.

O vice-presidente de Comércio da ACINP, Gerson Fábio Holz, comenta que há 136 vagas de trabalho disponíveis no Balcão de Empregos da entidade, cadastradas por dezenas de empresas associadas, de diversos setores da economia local.

“A demanda por mão de obra é crescente e reflete a expansão e a diversificação das atividades produtivas da cidade. A ACINP tem trabalhado ativamente para suprir essa carência de profissionais qualificados, oferecendo aos seus associados acesso a um banco de currículos e informações sobre as vagas em aberto”, comenta Holz.

Falta mão de obra até na Prefeitura de Hortêncio

No município do Vale do Caí, a falta de mão de obra preocupa a prefeita Ester Dill Koch, que vê a capacidade produtiva do Município limitada pela ausência de trabalhadores ativos.

Além da prefeitura, indústria e comércio estão com vagas. “Para ter uma ideia, a Boteiro está precisando de 40 funcionários. O curtume pretende abrir uma nova empresa e vai precisar em torno de 50”, comenta Ester.

Empresa de Picada Café, com sede em Santa Maria do Herval, a Estofados Rincão e LaForm Estofados busca por mão de obra com contratação imediata. Hoje, somente em Picada Café, são de 10 a 12 disponíveis. Já em Santa Maria do Herval, elas chegam a seis.

A empresa carece dessa mão de obra complementar para expandir o mercado aquecido pelas exportações. Segundo o gestor da empresa, Marcio Kronbauer, a falta de mão de obra não eleva apenas o custo da produção devido às horas extras, mas também sobrecarrega a equipe com jornadas maiores de trabalho.

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