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TRAGÉDIA EM ARROIO DO SAL: “Ele queria tomar um último banho antes de voltar para casa”

04/01/2024 - 14h45min

Atualizada em 04/01/2024 - 14h46min

William faleceu no dia 1º enquanto se banhava em uma praia de Arroio do Sal

Namorada fala sobre o jovem com quem sonhava em casar e ter filhos

GIAN WAGNER BAUM

Nova Petrópolis – O ano recém havia iniciado e o casal William Drumm (29) e Scheila Lüdke (38) começava o ano sonhando com casamento e filhos. “Quando acordou, ele colocou a mão na minha barriga e disse que era neste ano que nós teríamos nossos gêmeos. Ele afirmava que seriam gêmeos”, conta Scheila que perdeu o namorado William em uma tragédia no início da tarde do dia 1º de janeiro quando o jovem se afogou no mar do litoral norte.
Aquele seria o último dia que a família passaria na praia. “Ele queria tomar um último banho antes de voltar para casa”, conta Scheila. Era passado do meio-dia quando foram para a praia e William e a cunhada de 14 anos entraram no mar. O mar estava calmo e os dois foram até onde conseguiam mergulhar nas ondas. “Eu cheguei a filmar o mar, vi eles, dei um tchauzinho e voltei para a areia para postar”, conta a namorada. Enquanto isso, na água, a dupla continuava se banhando normalmente quando em um momento William puxou a menina com força, tentando se segurar nela. Sem entender, ela pedia para soltar, mas William segurou a menina pelo biquini. Ela chegou a descer junto e tomou um gole de água. Quando se soltou, William sumiu na água e a garota correu para fora pedindo ajuda. No registro de óbito o médico legista alegou afogamento com parada cardiorrespiratória. “Mas nós não sabemos se ele passou mau e se afogou ou se teve a parada depois de se afogar”, conta. William frequentava academia, fazia exercícios e tinha um bom histórico de saúde, o que faz a família ficar sem entender o que aconteceu em Arroio do Sal. “Ele sempre era o que mais se cuidava, pedia para todos se cuidar. Não dá para entender”.

PILAR DA FAMÍLIA – Filho de uma família simples de agricultores da Linha Araripe, William era o pilar da casa. Um rapaz gentil e tímido que era o único da família que sabia lidar com tecnologia. “A família toda está arrasada”, conta Scheila. William era conhecido e querido em Nova Petrópolis, principalmente nas localidades e na empresa onde trabalhava, a fábrica de rações da Granja Pinheiros.

Uma breve e intensa história de amor
Até meados deste ano, William estava solteiro e sem querer relacionamentos. Mas foi em uma partida de futebol que ele conheceu a conterrânea de bairro, Scheila Lüdke, que apesar de também ter crescido na Linha Araripe, ainda não conhecia aquele que seria seu namorado.
Naquele jogo os dois se observaram, mas ninguém falou nada. Não para o outro, ao menos, porque em casa os dois já haviam comentado sobre o novo “crush”. Foi a irmã de Scheila e a sobrinha de William, colegas de escola, que deram uma de cupido e resolveram fazer com que os dois começassem a conversar. “Nosso primeiro encontro foi na Aldeia [do Imigrante], para tomar um chimarrão. Ele era muito tímido e nos sentamos um em cada banco”, relembra. “Ele era muito apaixonado, no domingo para a segunda ele se declarou de um jeito que nunca tinha feito antes”, conta Scheila. Neste ano o casal planejava morar junto e pensava em ter filhos.

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