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VÍDEO: produtores de cebola de S. M. do Herval somam prejuízo de quase 70% em decorrência das chuvas de 2023

24/02/2024 - 13h54min

Soldi e Ivo mostram as cebolas podres que jogaram fora (Imagens: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval | Os efeitos colaterais do excesso de chuvas do ano passado seguem causando impactos. Dentre eles estão os aumentos nos preços em decorrência dos prejuízos nas lavouras – tanto os produtores como os consumidores estão tendo que pagar a conta.

Exemplo disso é a colheita de cebolas do casal de aposentados Soldi Teresinha, 65 anos, e Ivo Fröhlich, 68 – casados há 44 – moradores da localidade de Nova Renânia.

DE 4 MIL PARA 1,3 MIL

No total plantaram 60 mil mudas da variedade crioula em 2023, assim como já fazem há mais de 30 anos. Teriam que ter colhido em torno de 4 mil quilos mas, não foi isso que aconteceu. “Conseguimos somente 2 mil”, conta Ivo.

Por causa da intensa precipitação as cebolas não se desenvolveram bem. “Muitas formaram um ‘canudo’ dentro e tivemos que jogar fora.” E além disso parte do que vingou ainda apodreceu depois.

A colheita foi feita no início de janeiro. Ivo conta que depois disso colocaram dentro de um galpão para secar por três semanas e, no final, das duas toneladas mais de 600 quilos ainda apodreceram no processo de secagem. “De todos estes anos essa foi a pior colheita”, relata.

No fim conseguiram vender somente em torno 1.300 kg. O prejuízo supera os 67%.

VEJA VÍDEO:

Virou adubo

As que apodreceram foram despejadas na lavoura de milho. Sem condições para venda, pelo menos servirão de adubo.

Cebolas que estragaram viraram adubo na plantação de milho

Impactos cada vez mais irreversíveis para os pequenos

Acontecimento assim geram impactos para todos, mas literalmente sufocam os pequenos agricultores.

O casal da Renânia é aposentado mas ainda planta um pouco como forma de subsistência e complemento de renda, afinal, o salário do governo não é muito – ainda mais quando há gastos com medicamentos.

Mas está ficando cada vez mais difícil. “Antigamente, quando era guri, os pais, os antigos, eles conseguiam se fortalecer na roça. Plantavam batata e compravam terras com o lucro. Hoje em dia, pela roça, não conseguiria. Meu filho se tivesse ficado em casa não teria conseguido nada, não tem como ter renda aqui”, lamenta Ivo.

Além das cebolas plantam milho e criam seus boizinhos e galinhas. Apesar da simplicidade não lhes falta o básico e, também, disposição para seguir na lida.

Preço

De acordo com a Ceasa, o kg do preço da cebola nacional saltou de R$ 3,75 para R$ 4 entre 30 de janeiro e 6 de fevereiro – uma variação de 6,67%. Mas o produto já chegou no patamar de R$ 5 em janeiro e, no ano passado, em novembro, R$ 6.

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