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Dia do Sapateiro: conheça a história de quem vive do calçado desde os 12 anos

24/10/2019 - 19h03min

Atualizada em 25/10/2019 - 21h06min

Santa Maria do Herval – Dia 25 de outubro se comemora o Dia do Sapateiro, mas, atualmente, a profissão se limita, praticamente, a consertar sapatos, estando a fabricação artesanal quase completamente extinta.

Atualmente o sistema de produção é bem diferente e, para valorizar a história de quem se dedica a esse trabalho, falamos com a Dona Bernadete Seger, da Vila Seger, que tem 51 anos e desde os 12 trabalha com calçado, começando na Indústria de Calçados Maide, quando essa ainda tinha sede onde atualmente fica o Museu Municipal.

Hoje, ela não atua mais em indústrias, mas, mesmo assim, não abandonou a função. “Trabalho em casa para uma empresa do Herval. Faço costura, coloco etiquetas, fivela, passo cola. Praticamente tudo o que é possível de fazer em casa”, disse.

Liberdade e compromisso

Bernadete conta que, apesar de ter liberdade para organizar os próprios horários, seu dia começa cedo e, às vezes, vai até tarde da noite trabalhando. “Eu levanto às 6h, tomo café e vou para a garagem trabalhar. Quando dá uma folga, faço meus serviços como limpar a casa e lavar roupa”, disse, ressaltando que sextas-feiras são os dias mais corridos. “É o fechamento nas firmas, então, é preciso fica em cima para vencer toda a demanda”.

Bernadete faz vários serviços para uma empresa de calçados na garagem da sua casa (FOTO: Cleiton Zimer)

“Não é fácil”

Ela ressalta que, atualmente, tira em torno de um salário por mês através dos trabalhos que faz. “Mas para chegar nisso, é preciso correr atrás de serviço. Não é fácil. Antigamente dava muito mais lucro”, conta, afirmando que usa esse dinheiro para sustentar a casa junto com o marido, Seu Edio. “Dessa forma, meus filhos podem trabalhar e construir seu próprio futuro”, ressalta.

Apesar de não ser fácil, ela diz que gosta do que faz e, principalmente, vai trabalhar enquanto puder. “Minha aposentadoria já está encaminhada, mas, mesmo quando me aposentar, vou continuar. Vou trabalhar enquanto tiver saúde”, disse.

Nunca faltou serviço

Bernadete trabalha em casa há cerca de 20 anos. Começou logo após o seu filho mais novo, Mateus, nascer. “Naquela época eu ainda estava grávida e a Henrich, empresa onde eu trabalhava, fechou. Então meu filho mais velho, Maicon, pediu para não colocar o mais novo na creche e, por isso, resolvi ficar em casa, pois poderia trabalhar e ao mesmo tempo cuidar do meu filho”, conta.

De lá para cá ela sempre teve serviço, às vezes mais, às vezes menos, mas as fábricas sempre tinham demanda. “Nunca faltou serviço. Tem algumas temporadas em que é mais fraco, mas, nesse ano, por exemplo, não posso reclamar, pois tem bastante trabalho”, concluiu.

EMPREGOS EM SANTA MARIA DO HERVAL

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Santa Maria do Herval tem, atualmente, 1.733 empregos formais dos quais, de acordo com o Sindicato de Calçados do município, 949 são da categoria do calçado. Isso representa 55% do total de empregos formais do município. Conforme a Prefeitura, as empresas de calçados são as que mais dão retorno de ICMS no Herval.

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