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Comentário de jurado anula pena de 14 anos e idoso será julgado novamente por homicídio em Dois Irmãos

17/10/2024 - 07h52min

Corneli (à direita) foi condenado a 14 anos, mas pena foi anulada por conta do comportamento de um dos jurados(FOTO: Cleiton Zimer /arquivo)

Homem de 71 anos é acusado de matar o próprio vizinho, em 2019

Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos | Tadeu Germano Corneli, 71 anos, vai ser julgado, novamente, por homicídio nesta quinta-feira (17), no Fórum da comarca.

O Júri Popular terá início às 9h e será coordenado pelo juiz Miguel Carpi Nejar.

Tadeu é acusado de ter matado seu próprio vizinho, Ari Wessoloski, de 42. O crime aconteceu no dia 18 de janeiro de 2019 no bairro Bela Vista, na rua Santa Maria do Herval.

O réu já foi condenado a 14 anos de prisão no dia 9 de março de 2023. Entretanto, a Defensoria Pública questionou o comentário de um dos jurados, levando a anulação da condenação pelo Tribunal de Justiça do Estado.

SOBRE O CRIME

Inicialmente, o Ministério Público ofereceu denúncia de homicídio qualificado – pela motivação fútil, que seria o fato da vítima ter estacionado o carro num local que Corneli considerava inadequado e, também, agravado por não ter dado chance de defesa para Wessoloski.

De acordo com o promotor Wilson Grezzana, na época, o crime aconteceu na tarde de sexta-feira, por volta das 16h30, em um ambiente de comum uso – tanto do acusado como da vítima. Era um espaço debaixo de uma árvore, local onde Wessoloski costumava estacionar seu carro. Mas, para aquele dia, Corneli tinha isolado-o com fita, pois teria ali uma festa.

No entanto, a vítima veio com o carro, passou por cima da fita e estacionou mesmo assim. O acusado teria sacado um revólver – que já tinha deixado ali próximo dentro de um balde, e acertou um tiro na cabeça do homem que morreu na hora. Na arma estavam duas munições.

A companheira da vítima – que foi uma das testemunhas logo no início do júri em 2023 -, disse à reportagem na época do crime que o autor do crime tinha até conversado com eles na tarde anterior, enquanto tomavam um chimarrão.

A mulher, de 64 anos na época, disse que ela e Ari estavam juntos há cinco anos, e residiam há dois meses naquela casa. Antes disso, a vítima morava em Santa Catarina.

Após cometer o crime, Corneli teria ido para casa. A Brigada Militar (BM) foi ao local e o prendeu em flagrante e ele cumpriu um ano e oito meses da sentença.

Após, foi solto e, no momento, segue aguardando o julgamento em liberdade.

Defesa pediu absolvição

Em 2023, a defesa do réu foi feita pelo defensor público Domingos Barosso da Costa. Em sua tese o defensor argumentou que não houve premeditação – afirmando que a arma estava naquele balde para uma eventual defesa por parte do autor, pois este afirmou que fora ameaçado dias antes pela vítima [mas não fez registro].

Corneli, no depoimento, confessou o crime e se disse arrependido. Mas afirmou tê-lo feito em legítima defesa – pois teria visto a vítima vindo com algo na mão, mas nada foi encontrado.

Na decisão de 2023, o juiz Miguel fixou pena de 12 anos pelo homicídio qualificado, mais um, pela qualificadora. Pela posse de arma, recebeu mais um ano.

Foram no total 14 anos, sendo 13 de reclusão e o restante de detenção. Mas, por conta do comentário de um dos jurados durante a explanação do promotor Wilson, a pena foi cancelada.

Segundo informações do Fórum, nesta quinta-feira ele será julgado por homicídio simples. A acusação será feita novamente pelo promotor Wilson Grezzana e, a defesa, pela Defensoria Pública.

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