Colunistas
Para tanto o Brasil não está unido
O povo brasileiro está de novo sendo ludibriado pelos candidatos a deputado, governador e presidente da República. Eles são todos oriundos do mesmo sistema político que nos levou à ruína simplesmente a partir da redemocratização. O Estado nos tomava 22 a 25% do PIB em impostos antes do Plano Real, o que era um percentual ainda razoável, civilizado. Como estávamos em meio a um processo inflacionário se acelerando, surgiu em 1994 o Plano Real. Como a prioridade era acabar com a inflação e, para tanto, o governo precisava gerar superavit nas suas contas, FHC meteu um imposto atrás do outro. Aliás, contribuições, que o governo federal não divide com Municípios e Estados. Não houve objeções ao aumento da carga tributária.
LOUCURA
O processo inflacionário tinha que ser controlado e nada surtir efeito com a inflação chegando a 80% num único mês em 1992 antes de Collor assumir; FHC, como ministro da Fazenda de Itamar Franco, recebeu uma espécie de carta branca para meter a mão no nosso bolso. Tudo soava melhor que a inflação e era verdade. A inflação penalizava mais os trabalhadores e pobres, que não tinham como se defender dos seus malefícios, Os ricos tinham o overnight, aplicações que se fazia da noite para o dia, por um único dia, e rendiam uma barbaridade. Portanto, os ricos não perdiam. Nem tampouco os governos, porque no final do mês, quando pagavam os salários dos servidores, a inflação já tinha comido parte da folha e pagavam menos do que se não tivesse inflação. Os governos adoravam a inflação. A folha muitas vezes custava 25 a 30% menos, que era a inflação do mês. A produção se reduziu porque era mais negócio aplicar no mercado financeiro do que produzir numa fábrica. E nos mercados as maquininhas de remarcar preços funcionavam o dia inteiro. Aquele barulhinho não dá para esquecer.
EM NOME
<10>Em nome do fim da inflação valia tudo, inclusive aumentar a carga tributária tremendamente. Com o governo quebrado, o jeito era ajustar as contas com novos impostos. E se criou contribuições por atacado. Moral da história. Debelamos a inflação, mas herdamos uma carga tributária de 35% e injusta, que penaliza muito mais os pobres. Quase um genocídio contra os pobres, preservando os ricos.
REDEMOCRATIZAÇÃO
Os 30 anos de redemocratização levaram o Brasil ao caos. A grande obra que os políticos conseguiram foi a formação de uma classe burocrática que massacra o povo que não trabalha para o governo. Trabalha é força de expressão, pois muitos não fazem nada e só recebem polpudos salários. E só quem pode enfrentar as corporações e colocá-las no seu devido lugar são os mesmos que os criaram, ou seja, os políticos. Alguém acredita nisso!!! Com o sistema político que temos não tem jeito, por melhores intenções que o eleito tiver. A burocracia se incrustou no Estado brasileiro de tal sorte que só um movimento de baixo para cima conseguirá removê-los de nosso pesadelo tipo revolução à lá francesa de 1789, conhecida como Queda da Bastilha. Para tanto, o Brasil não está unido, embora os caminhoneiros nos tivessem dado uma esperança. No entanto, o caminho é por aí. Lembrem-se do sistema de Previdência. 10% dos aposentados e pensionistas do setor público ganham mais do que 90% do setor privado. Será Bolsonaro esta esperança do povo brasileiro?!!