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Aluno de universidade gaúcha é indiciado por racismo contra outro estudante

16/10/2021 - 16h26min

Atualizada em 16/10/2021 - 16h49min

Print das mensagens ofensivas (Crédito: Divulgação/ Polícia Civil/ Reprodução/ Correio do Povo)

Porto Alegre – Um estudante, de 29 anos, de doutorado do curso de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi indiciado por crime de racismo qualificado pela Delegacia de Combate à Intolerância (DPCI) da Polícia Civil. O universitário, que nega o crime, enviou mensagens ofensivas para um aluno do curso de Políticas Públicas, de 24, e a namorada, de 23. A pena é de cinco anos de reclusão. 

No inquérito conduzido pela delegada responsável pelo caso, Andréa Mattos, a afirmação é de que é “cristalina a afirmação da ofensa”, que incita o preconceito. A titular também explica que o racismo é mais amplo que a injúria qualificada, pois atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando uma raça. 

Andréa ainda reforça que a liberdade de expressão deixa de ser um direito quando viola o direito constitucionalmente assegurado a outro indivíduo, e que neste caso, deve haver a devida punição e limitação.

Crime
Entre as ofensas, o universitário escreveu que a namorada do estudante mrecia algo “muito melhor” e que os filhos do casal perderiam “uma enorme carga genética prussiana”. Ele ainda enviou mensagens manifestando nojo pelo namorado da jovem, dizendo que os negros “exalam um cheiro típico, liberam substâncias no ambiente e na troca de parceiros”, além de ter defendido a superiodade dos brancos.

Na universidade, o Centro Acadêmico de Políticas Públicas lidera um abaixo-assinado contra o estudante indiciado, para que ele seja expulso da instituição.

A vítima denunciou os ataques racistas por meio de suas redes sociais
“Quero deixar claro aqui que não há nada que eu me orgulhe mais na vida do que ser negro. Nada. Acredito que isso me oferece uma base histórica e força espiritual para seguir em busca dos meus ideais, tão caros a mim e tão importante àqueles que se sentem representados pelo meu trabalho. Também quero deixar claro que não uso minha raça como bengala, ao contrário de muitos negros que adotam um discurso subalterno para ascensão social (e que estão no seu direito), enxergo minha cor como meu maior amuleto”, declarou na ocasião.

Nota divulgada pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFRGS, na época
“A respeito de recentes denúncias de ataques racistas perpetrados por um membro de seu corpo discente, e diante do caráter pouco informativo das notas publicadas recentemente por outras instâncias da Universidade, o Programa de Pós-Graduação em Filosofia vem tornar públicas, não apenas suas posições, mas sobretudo as ações que vem tomando para ver punidas e coibidas quaisquer formas de discriminação, racismo, injúria racial, desrespeito e assédio, em ações ou palavras, no âmbito do Programa”.

 

Fonte: Correio do Povo

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