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Ação para adquirir uma nova cadeira de rodas para o Nathan em Morro Reuter

26/10/2022 - 17h37min

Atualizada em 27/10/2022 - 11h17min

O jovem de 19 anos tem paralisia cerebral e depende da mãe, Lígia, para tudo. A cadeira que tem já não atende mais suas necessidades. (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Morro Reuter – Nathan Dapper mora em São José do Herval e, neste ano, completou 19 anos. Enfrenta inúmeros desafios e, para exatamente tudo, precisa dos pais, dona Lígia Zimmer Dapper e Inácio Dapper. Especialmente a mãe que, aos 56 anos, dedica-se exclusivamente ao filho. É ela que o carrega, o coloca para dormir, troca suas fraldas, o alimenta e o leva para passear [e esses são apenas alguns dos desafios diários].

Nathan precisa de uma nova cadeira para ter uma melhor qualidade de vida (FOTO: Cleiton Zimer)

Ele nasceu com paralisia cerebral grave aos oito meses, pois Lígia foi acometida por uma eclâmpsia e lhe faltou oxigênio no cérebro. Nathan sempre recebeu forças de todos a sua volta, concluiu o ensino fundamental, fez primeira comunhão, crisma. É sorridente. Gosta de aulas de música. É um exemplo de força e superação.

DIFICULDADES AUMENTANDO

Hoje tem 76 quilos e mede 1,80. Os percalços sempre foram muitos mas, no início, era mais fácil locomovê-lo. No entanto, com o passar dos anos, foi ficando mais pesado e, também, maior. As limitações de Nathan também estão afetando a mãe, os braços dela já não aguentam mais e apresentam sinais de desgaste, assim como a coluna. Cada dia está mais difícil e cansativo. Lígia já tem hérnias na coluna e, o pai, enfrenta problemas graves no coração e nem sequer deveria trabalhar.

Ela é trabalhadora da indústria de calçados e parou quando o filho nasceu; ele, pedreiro em atividade. Os dois são aposentados, cada qual com um salário, porém, boa parte da renda deles vai pra suprir as necessidades de Nathan que, somente em medicamentos, gasta cerca de R$ 500 mensais (nem todos são fornecidos pelo governo), sem mencionar demais gastos com tratamentos de estimulação, fraldas, dentre outros. A ainda tem as despesas normais de uma família.

CADEIRA DE RODAS MOTORIZADA

Sim, a foto é pesada. Mas é exatamente assim, diariamente, que Lígia precisa erguer o filho. Suas costas não aguentam mais. (FOTO: Cleiton Zimer)

Vendo a situação, amigos da família criaram uma Corrente do Bem para angariar fundos com o objetivo de comprar ao menos uma cadeira motorizada. Além de uma capa especial para que possa sentar com firmeza e postura adequada. A atual cadeira que ele usa foi disponibilizada pela Prefeitura de Morro Reuter em junho de 2021.

Eles moram no interior, em um terreno com diversas elevações e, o novo equipamento, virá como forma de melhorar a qualidade de vida de Nathan e, também, aliviar um pouco para a mãe. “Tudo o que queremos é que esse menino lindo continue sempre sendo assim, alegre, feliz, mesmo com as dificuldades. Nós não temos condições de comprar a cadeira, mas ele realmente está precisando”, pontua Lígia.

Uma espera que nunca termina

Quando criança, participou durante muito tempo a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em Porto Alegre. Está na fila da instituição esperando por uma cadeira nova, porém, aguarda há anos e não há previsão. “E ele precisa. Eu não aguento mais. Ele é muito pesado e alto”.

Sempre que possível a família o leva para sair. Vai a encontros, inclusive, festas. “Eu faço questão de levar, é importante que ele veja o mundo, conheça as pessoas. Seria muito injusto com um ser humano deixá-lo sempre dentro de casa”, afirma a mãe, enfatizando o quão importante a cadeira é.

SUA DIVERSÃO DIÁRIA

Quando está em casa, uma das diversões de Nathan é olhar vídeos pela internet. Gosta de ver clipes de bandinhas e os vídeos de pegadinhas do Sílvio Santos. De tão alegre que fica, até dança em cima da cadeira de rodas, sorrindo.

A família tem um notebook, porém, antigo e, com frequência as imagens são pausadas o que acaba entristecendo e também irritando o jovem. Portanto, uma doação de um aparelho, como uma televisão para o quarto, o ajudaria bastante.

Formas de ajudar

A corrente organizada pela comunidade conta com uma chave pix, que é o CPF 01952017017. Qualquer quantia é bem-vinda.

Quem tiver dúvidas e quiser contatar a mãe diretamente, pode entrar em contato pelo 051 99766-9065

Luta por um direito básico

Nathan e a mãe Lígia. Ela sempre o acompanha. (FOTO: Cleiton Zimer)

Além disso, a família está, desde 2007, buscando por um benefício assistencial de prestação continuada para Nathan. Foram dezenas de idas e vindas ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Todos os pedidos lhe foram negados. “Eles vêm e olham, filmam a casa, não olham para o Nathan e a condição dele. Essa casa eu e meu marido construímos há muito tempo, já antes dele nascer. Isso nada tem a ver com nossa condição”, lamenta a dona de casa.

Lígia conta que os pedidos não estão sendo aceitos pois o Instituto considera que ele não se enquadra nos critérios, por ter os pais como provedores e com renda. A família recorre da decisão. “Eu não vou desistir. Não vou mais ficar calada. Amanhã ou depois não estarei mais aqui e ele estará sozinho. Como vai ser”?

Lígia faz de tudo em casa. Além de cuidar de Nathan enquanto o marido está na obra, é a responsável da casa, faz choche, chilenos e muito mais para complementar a renda e conseguir pagar as despesas da família. Ela é aposentada pelo tempo na indústria, mas ainda está na luta por seu direito de tempo na colônia.

Lígia trabalha em casa para complementar a renda (FOTO: Cleiton Zimer)

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