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Cenário de Guerra: Megaoperação contra o Comando Vermelho deixa 60 mortos e 81 presos no Rio de Janeiro

28/10/2025 - 14h54min

Atualizada em 28/10/2025 - 15h11min

Uma das maiores ações policiais da história do Rio de Janeiro deixa, até o momento, um número de 60 mortos, sendo 4 policiais, e 81 presos nesta terça-feira (28), durante uma megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. Segundo o Palácio Guanabara, trata-se da operação mais letal já registrada no estado.

Reação do tráfico e caos nas ruas

No início da tarde, criminosos organizaram represálias em diversos pontos da cidade, bloqueando vias importantes como a Linha Amarela, a Grajaú-Jacarepaguá e a Rua Dias da Cruz, no Méier, usando carros incendiados e entulhos. Diante do cenário, o Centro de Operações e Resiliência (COR) elevou o nível operacional da cidade para grau 2, em uma escala de 5. Todas as atividades administrativas da Polícia Militar foram suspensas para reforçar o patrulhamento.

Início da operação

A ofensiva faz parte da Operação Contenção, uma iniciativa permanente do governo fluminense para conter o avanço do CV em territórios do estado. As equipes foram recebidas a tiros ainda no fim da madrugada, com barricadas em chamas e intenso confronto — vídeos mostram quase 200 disparos em um minuto.

Mortos e feridos

Entre as vítimas estão dois policiais civis — Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, e Rodrigo Velloso Cabral, de 34 — e dois policiais do Bope, Cleiton Searafim Gonçalves e Herbert. O governo afirma que os outros 56 mortos eram integrantes do tráfico que resistiram à prisão. Três civis ficaram feridos: um homem em situação de rua atingido nas costas, uma mulher baleada dentro de uma academia e um homem ferido em um ferro-velho.

Estrutura e balanço

A operação mobilizou cerca de 2.500 agentes das forças de segurança, com o objetivo de cumprir 100 mandados de prisão. Foram apreendidos 75 fuzis, 2 pistolas e 9 motocicletas. Entre os presos estão Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, considerado um dos líderes do CV na região, e Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro do chefe Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso.

Declaração oficial

O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, afirmou que toda a logística da operação foi conduzida pelo estado, sem apoio federal. “São aproximadamente nove milhões de metros quadrados de desordem no Rio de Janeiro. Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada, com inteligência — e que vai continuar”, declarou.

Cerca de 280 mil moradores foram diretamente afetados. Escolas, postos de saúde e comércios permaneceram fechados durante todo o dia, e o clima ainda era de tensão nas comunidades até o início da noite.

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