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O trabalho e a dedicação de Alseno Schneider e da sua esposa Nair em Santa Maria do Herval

13/05/2022 - 11h15min

Atualizada em 13/05/2022 - 13h50min

Alseno e a esposa Nair (Créd. Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer 

Santa Maria do Herval – Vindo de uma família de colonos, Alseno Schneider serviu no exército ao completar a maioridade. No quartel se destacou como marceneiro e, quando retornou para casa, decidiu fazer uso das habilidades adquiridas e dedicar-se ao ofício – junto à agricultura.

Logo o serviço dele chamou a atenção nos arredores e a procura pela qualidade do seu trabalho foi aumentando; assim fundou a empresa que leva seu nome, na localidade de Padre Eterno Baixo. Ele e a família trabalharam durante décadas e, hoje, os filhos e netos dão continuidade ao legado.

Aos 87 anos Alseno já está aposentado há mais de 20. Não trabalha mais com a madeira. Ele a esposa Nair, 83 anos, aproveitam para descansar e cuidar da saúde. Todos os dias acompanham – da janela de casa – a empresa erguida com muito suor seguindo a todo vapor através das gerações que vieram – hoje, com tecnologia avantajada.

A memória já não consegue mais recuperar as datas específicas de quando tudo começou, exatamente. Mas Alseno lembra que o início foi com muito esforço. “Eu trabalhava na roça e comecei a fazer arados, cangas de boi e carroças para os outros agricultores. Quando vi estava vindo cada vez mais serviço. É assim quando se trabalha”, lembra.

A marcenaria começou no porão da casa. “Trabalhei lá por longos anos. Até onde deu. Depois quando os filhos começaram tudo ficou maior, mudou tudo, as estruturas ficaram maiores e não tinha mais como ficar lá”.

A madeira vinha do mato mesmo. Depois, com o surgimento de mais clientes, Alseno começou a comprar nas serrarias do Teewald e, mais adiante, já com todas as leis mudando, teve que trazer madeira de fora. Para o trabalho, contava com uma Rural que comprou nova; a vendeu, mas ainda hoje ela circula pelo município.

Mais de 60 anos de

casamento e trabalho

Nair sempre esteve ao lado do marido. Já estão casados há mais de 60 anos e juntos criaram seis filhos: Elio, Cláudio, Silvério, Ademir, Luiz e Darci. Quando casaram Alseno já trabalhava com madeira. “Nos esforçamos muito, eu, a esposa e todos os filhos”.

Nair ajudava a trabalhar lixando e pintando a madeira, além de outras funções. O marido reconhece todo o esforço da companheira, dizendo que ela sempre estava lá junto dele. “Além disso ela trabalhava na roça também”. Nair conta que plantava de tudo um pouco para o sustento da família. “Era muito trabalho, quase não conseguíamos descansar”.

Registro do casamento de Nair e Alseno (Créd. Arq. pessoal)

Mas, afinal, qual o segredo para um casamento tão duradouro e de parceria? Os dois são unânimes ao afirmar que a chave está em compreender um ao outro. “É preciso se entender. Mesmo se brigar as vezes, isso passa”, conta Nair.

Alseno completa dizendo que o “que aconteceu hoje, não pode ser lembrado amanhã. Se ficar remoendo tudo, não dá certo”.

Filhos e netos seguem mantendo o legado

Membros da famílias que estão dando continuidade à empresa: Silvério, 59 anos; Anderson, 22; Darci, 53; Junior, 22; Gabriel, 18; Cláudio, 61 (Créd. Cleiton Zimer)

 

 

Trabalho manual

Se hoje os filhos e netos dispõem da tecnologia que auxilia em tudo, no começo o trabalho todo era manual. “Não era fácil. Tudo era cortado à mão, tínhamos um serrote. Depois compramos um motor, que ainda está lá nos fundos de casa”, conta Alseno.

Assim, pouco a pouco, foram ampliando e sempre inovando. “Compramos várias máquinas. Até hoje os filhos precisam continuar adquirindo coisas novas, sempre são muitas novidades”, afirma.

Na parede de casa, Alseno guarda registros de como tudo começou (Créd. Cleiton Zimer)

Mesmo com a tecnologia que, de certa forma torna o trabalho mais fácil, Alseno considera que hoje em dia é mais dificultoso trabalhar neste meio diante da burocracia. “E tem o preço da madeira, que está cada vez maior”, pontua.

Durante muitos anos Alseno também trabalhou como vidraceiro. Inclusive, depois de parar com as esquadrias. Há pouco tempo, com o avançar da idade, optou por parar. Mas, no Herval, são centenas de casas que tiveram a parte da vidraçaria feita por ele.

Foto antiga mostra um pouco do início de tudo. Nos fundos, o prédio onde Alseno começou a trabalhar e, na parte superior, já está o prédio atual. Perto da araucária, está a Rural com a qual trabalharam durante muitos anos (Créd. arq. pessoal)

Atendendo toda a região

Os filhos assumiram a empresa em 1997, já no novo prédio, onde permanecem até hoje. Também trabalham dois netos e funcionários. Com a qualidade reconhecida e consolidada na região, a Indústria de Esquadrias Alseno atende a Serra Gaúcha, Vale dos Sinos e parte do Litoral.

 

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